As cenas presenciadas na saída da delegação grená do Jaconi em nada condizem com o espírito de um clássico. Sou daqueles contra a ditadura do politicamente correto no futebol, mas é preciso saber o limite entre a zoação e o desrespeito.
As faixas antes e durante o jogo, das duas torcidas (que por sinal fizeram um belo espetáculo), fazem parte da rivalidade. E não há nada melhor do que isso para fortalecer um clássico.
A comemoração grená também era totalmente válida após o jogo, com vibração diante do torcedor, festa no gramado e celebração pelos três pontos. O que não condiz com o peso do Ca-Ju foram algumas declarações pesadas, como do goleiro Marcelo Pitol e do meia-atacante Reis ou a atitude de Wagner, o polêmico, como ele mesmo gosta de afirmar.
Por outro lado, não se pode, ao final do jogo, ter torcedor do Juventude invadindo sala de imprensa para esculhambar a entrevista do rival ou para arrumar confusão com Wagner. O que se viu foi lamentável. O auxiliar técnico Hugo Martins, do Juventude, correndo pela sala de imprensa enquanto Gilmar Dal Pozzo falava tranquilamente em sua coletiva. Troca de farpas até o clima acalmar.
Depois, no segundo momento, após o grupo grená voltar ao vestiário e tentar a chegada ao ônibus, nem a Brigada Militar conseguiu controlar a situação. Teve vidro quebrado, jogadores se prometendo, um clima muito desagradável e ofensas de sobra.
De certa forma, houve erros do lado grená e do lado alviverde. O problema é o seguinte: e se as duas equipes se reencontrarem nas quartas de final, como fica o clima para um clássico decisivo?
As direções de Caxias e Juventude precisam agir para que coisa pior não aconteça ali na frente.