Aos 54 anos, o técnico do Caxias, Luiz Carlos Winck, tem experiência em clássicos. Principalmente naqueles que são considerados os maiores do país. Como lateral-direito, atuou em Gre-Nal, Corinthians e Palmeiras, Flamengo e Vasco, Atlético-MG e Cruzeiro. Este currículo mostra que bagagem não falta. A questão é que, como treinador, o Ca-Ju 281 deste sábado será o primeiro clássico de peso da sua carreira. Mas os conceitos vivenciados como jogador ajudam ao ver o jogo de fora.
– O clássico, muitas vezes, se decide na busca pelo melhor, na pegada, em ter um time muito aguerrido. É dessa maneira que se vence. Pode ter um favorito, que hoje seria o Juventude por estar na Série B, mas nunca em clássico o favorito acaba vencendo o jogo. Nós temos que procurar dentro de campo ter um grande jogo e fazer se respeitar o Caxias como instituição, que sempre teve uma tradição muito grande – afirma o treinador grená.
Outra mudança drástica na vida de qualquer ex-jogador que escolhe a profissão de técnico é o fim do protagonismo. Agora, Winck será um coadjuvante.
– Como treinador, trabalhamos durante a semana e, na hora do jogo, acabamos torcendo para que se tenha uma grande partida. Tentando participar o máximo possível, claro, chamando a atenção dos atletas, mas sem estar lá dentro – pondera ele.
Como comandante da equipe, o ex-lateral não tem mais a responsabilidade de marcar ou chegar ao ataque com qualidade. Entretanto, terá que selecionar quem fará isso. Pressões externas, numa semana de clássico, sempre existirão, mas não interferem. No fim, torcedor e treinador querem ver o mesmo do Caxias dentro do Jaconi.
– Queremos uma equipe bem forte para esse jogo. Como foi nos outros, mas sem errar como erramos em algumas situações e que deixaram o adversário ganhar – avisa Winck.
O foco é outro. Da lateral à casamata, a responsabilidade é diferente e maior na segunda. No fim, o resultado pesará mais sobre o trabalho do treinador. O que não muda para todos que estarão no estádio alviverde é o desejo por um grande espetáculo.
– O Ca-Ju é um dos grandes clássicos estaduais. É importante para as duas equipes. Vamos esperar que se tenha um grande jogo, um bom espetáculo e que vença o melhor – finaliza o treinador.