A cobertura da mídia nos jogos olímpicos é algo impressionante. É durante as Olimpíadas que as televisões experimentam novas tecnologias e novas formas de transmitir os jogos. A japonesa NHK está fazendo testes com captação de imagens em 8k, o dobro das já caríssimas televisões 4k. Tive a oportunidade de assistir algumas imagens da Cerimônia de abertura em 8k e é impressionante: você consegue ver um cidadão na arquibancada cantando uma música - a boca dele se mexendo em detalhe.
A emissora americana NBC ocupa os maiores e mais caros estúdios no Centro de Transmissão Internacional (IBC, na sigla em inglês). Não é permitido entrar nem no corredor reservado para a emissora e a ousadia ficou por conta da construção de um estúdio no meio da areia de Copacabana, com o fundo maravilhoso do bonde do Pão de Açúcar. (Nota engraçada, os apresentadores americanos, ruins de ditongo, não conseguem pronunciar "pão" corretamente, transformando o ponto turístico carioca em Pau de Açúcar).
A Globo construiu um estúdio no meio do Parque Olímpico:
* São 95 detentoras de direitos de transmissão instaladas no local;
* Cerca de 25 profissionais foram credenciados, entre jornalistas e técnicos;
* Do total, são 6 mil da imprensa escrita e 18 mil de televisão;
* Cerca de 5,6 mil horas de transmissão televisiva deve ser realizada durante os jogos;
* A audiência total estimada é de 5 bilhões de pessoas em todo o mundo;
* Em ordem decrescente, os cinco países com mais jornalistas credenciados na Rio 2016 são: Brasil, EUA, Alemanha, Japão e China.
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ETÍOPE CONQUISTA A TORCIDA
O nadador Etíope Robel Kiros Habte arrancou risadas e palmas da torcida, quando apareceu para a competição com uma barriguinha saliente. Ao ficar em último na prova de 100m livre, Robel saiu da piscina ovacionado. Foi como se, finalmente, todos aqueles homens que bebiam cerveja na arquibancada se identificassem de alguma forma com um atleta de nível olímpico.
A INFLUÊNCIA DAS ESTRELAS
Uma foto de 2006 tomou as redes sociais esta semana. Nela, Michael Phelps dá autógrafo para uma pequena fã chamada Katie Ledecky. Dez anos depois, a menina viria a se tornar nadadora olímpica e está no Rio 2016, ganhando três medalhas de ouro e uma de prata. Quantas meninas e meninos brasileiros serão influenciados pelas estrelas que visitam o país este ano? Saberemos em 2024.
OS ANÉIS OLÍMPICOS
Espalhados por pontos estratégicos do Rio de Janeiro, os anéis olímpicos são a alegria dos turistas. Filas se formam para que cada família ou casal possa tirar uma selfie na frente das argolas que são o símbolo dos jogos. Porém, será que todos sabem qual o significado dos arcos?
– Cada um representa os elementos, sol, água, terra – disse um turista.
– A argola preta simboliza a África – disse outro.
– Não faço ideia – reconheceu um terceiro.
Em tempo: as cinco argolas simbolizam os cinco continentes (Américas, Europa, África, Ásia e Oceania) e suas cores são a representação das cores contidas nas bandeiras de todos os países do mundo. Perguntados sobre qual era o lema olímpico, nenhum turista soube responder corretamente. "Paz entre os povos?", tentou um. O certo seria "mais rápido, mais alto, mais forte", em latim "Citius, Altius, Fortius".
A OLIMPÍADA DELAS
As mulheres estão chamando atenção nos jogos. Além das brilhantes Marta, a Rafaela Silva, a Mayra Aguiar, as meninas da natação americana e uma garota chamada Simone Biles que voa na ginástica artística ocupam manchetes. Sem cair na tentação de destacar apenas a beleza das moças, é emocionante conhecer as histórias das mulheres que fazem o Rio 2016.
A atleta brasileira de tiro que venceu um AVC; a refugiada síria de 18 anos que teve que nadar pra sobreviver quando estava fugindo do seu país em guerra; ou a nadadora de 13 anos que sobreviveu um terremoto no Nepal. De alguma forma, o pedido de casamento entre uma jogadora de rúgbi e uma voluntária e mesmo o orgulho da medalhista Rafaela Silva em posar com sua companheira é sinal de que os tempos estão mudando.