Uma caminhada que teve início nas quadras da escola e do Recreio da Juventude poderá chegar ao seu grande momento em agosto. O caxiense Alexandro Pozzer, 27 anos, mais conhecido como Tchê, é uma das referências desta geração da seleção brasileira de handebol masculino e deve ser confirmado até o final de junho como um dos convocados para disputar as Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto.
Será a concretização do sonho e a primeira experiência olímpica. O pivô, camisa 17 da equipe comandada pelo espanhol Jordi Ribera, atendeu ao Pioneiro por e-mail, da Espanha, onde atua no Fertiberia Balonmano Puerto Sagunto.
Antes de ir para a Europa, o jogador de 1m92cm e 100kg foi cinco vezes campeão nacional pelo Pinheiros, de São Paulo, clube que o abraçou após sair de Caxias do Sul. Neste último ciclo olímpico é presença frequente na equipe brasileira. Disputou o Mundial no ano passado, quando o time fez ótima primeira fase, mas caiu nas oitavas de final, e o Pan-Americano, onde sagrou-se campeão.
– O Mundial nos mostrou que estamos cada vez mais perto do nível dos europeus. Porém, ainda há uma grande diferença entre perder de um e ganhar de um. Ao mesmo tempo, estamos cada vez mais confiantes que podemos vencer – destaca.
Tchê foi novamente chamado na reta final de 2015 para uma série de amistosos na Alemanha e em março deste ano, para um campeonato no Catar. O pivô, que iniciou no handebol aos 11 anos, depois de tentar o futebol, futsal, vôlei e basquete, vive um sonho. E aguarda ansiosamente para ver seu nome na lista derradeira dos 14 convocados por Ribera para a Olimpíada, que deve ser divulgada no próximo mês. Até lá, resta treinar e se preparar.
– Tenho muito orgulho de poder estar representando meu país. A vontade de disputar a Olimpíada é muito grande porque são muitos anos de trabalho e esforço para que esse sonho se realize. Quero que o handebol continue crescendo cada vez mais no Brasil e que um dia sejamos uma potência – projeta Tchê.
A temporada na Espanha acabou no último final de semana e agora o foco de Tchê está no que virá pela frente: uma nova série de treinamentos e amistosos na reta decisiva da preparação olímpica. Para o pivô, França, Dinamarca e Alemanha são os principais favoritos à medalha no Rio. O Brasil corre por fora e chega com status de possível surpresa, especialmente pelo fator local.
A concretização da vaga do caxiense na Olimpíada parece apenas questão de tempo. Após a última convocação para o campeonato preparatório no Catar, Jordi Ribera falou sobre a lista derradeira e deixou claro que deve manter a base que tem atuado nos últimos anos:
– Ainda estamos longe de definir os convocados para os Jogos, mas está claro que os jogadores que vêm sendo chamados para as últimas atividades têm mais chances. Os que foram convocados agora estão competindo bem por seus clubes neste momento – disse o técnico espanhol.
No handebol masculino, o Brasil jamais passou da primeira fase nas Olimpíadas e sequer esteve presente em Londres 2012. No Rio, os brasileiros estreiam no dia 7 de agosto, diante da Polônia, às 16h40min. Ainda fazem parte do grupo, Eslovênia, Suécia, Alemanha e Egito. Os quatro melhores avançam à segunda fase.