Em uma rápida conversa por telefone já é possível afirmar que o presidente da LNB desde 2013, Cássio Roque, 53 anos, natural de Limeira (SP), é um entusiasta do basquete. No novo momento da modalidade do país, o dirigente projeta que a modalidade possa recuperar o posto de segundo esporte no Brasil e torce para que o Caxias do Sul ocupe a lacuna existente como representante do Sul do país no NBB 8. Confira a entrevista:
Pioneiro: É possível dimensionar o tamanho do crescimento do NBB após essa parceria com a NBA?
Cássio Roque: Em termos de repercussão na mídia, nos fãs de basquete, é algo impressionante. Mudou no dia seguinte da assinatura de contrato. A gente tem a expectativa que isso se mantenha pelas ações de marketing, do desenvolvimento de entretenimentos durante os jogos, de desenvolver o produto como entretenimento e não apenas como um jogo de basquete. Tem muito valor para o basquete brasileiro. É a primeira parceria da NBA no mundo e foi feita com a LNB. Acredito que vá dar uma alavancada importante para o esporte. A Liga e o NBB tinham o objetivo de recuperar o prestígio do basquete nacional.
Depois de sete edições, como você avalia essa evolução?
- A LNB surgiu em parceria com a Globo, pelo desejo dos clubes de ter autonomia sobre a organização do campeonato brasileiro. Só que isso tomou uma dimensão muito maior. A Liga se estruturou, tem a chancela da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), bom relacionamento coma Fiba (Federação Internacional de Basquete), e uma evolução ano a ano. Hoje temos mais de 100 atletas estrangeiros disputando o NBB, foram 56 brasileiros repatriados, que estavam no exterior, e voltaram pela organização do campeonato, que hoje é comparado com os melhores do mundo. Estamos muito felizes por esse crescimento e acreditamos que ainda tem muito espaço para o basquete crescer.
Voltar a ser o segundo esporte com maior prestígio no Brasil é o grande desafio?
- A gente sabe que ser o número um, com a dimensão do futebol, é utopia. Agora, podemos voltar a ser o número dois, até porque o basquete já foi. A NBB tem papel fundamental nisso. A gente espera que as seleções e as categorias de base também tenham esse crescimento. Hoje temos ídolos nas seleções, mas precisamos de uma conquista. Ano que vem tem a Olimpíada no Brasil e, quem sabe, conseguimos uma medalha. O basquete é jogado por mais de 200 países, até mais que o futebol. Então, é muito competitivo. Ganhar uma medalha tem uma dimensão muito importante e esperamos que isso ocorra.
Para expandir o NBB, o que representa ter Caxias do Sul e o retorno de uma equipe gaúcha na oitava edição?
- Para nós é fundamental a nacionalização do NBB. Hoje, de 60% a 70% dos clubes são de São Paulo. E quase 90% da região Sudeste. É muito importante o Sul do país, em especial o Rio Grande do Sul, que tem muita tradição no basquete, ter um representante. Por isso, ficamos muito satisfeitos com o acesso do Caxias. Estamos prontos a ajudar no que for preciso. O Rodrigo (Barbosa) esteve nas reuniões, apresentou as garantias, e a Liga está aí para o que for preciso. Se precisar ir até aí, conversar com o Prefeito, o Governador, estamos prontos. Precisamos do Sul do País e Caxias do Sul é a segunda cidade mais representativa do Estado.
O Caxias apresentou as garantias exigidas, mas busca a verba que permita montar uma equipe competitiva para o NBB. Como a Liga recebe isso?
- Esse posicionamento de ter o mínimo necessário, mas ainda aguardar para conseguir algo mais e ter uma equipe competitiva, mostra a responsabilidade dos dirigentes da equipe, de não participar por participar e ter algum problemas durante o campeonato. Não conheço todos dirigentes do clubes, mas o Rodrigo me passa a impressão de uma pessoa que conduz o projeto de forma séria e com credibilidade. São os mesmos conceitos da Liga.
Basquete
Presidente da LNB destaca evolução no país e quer Caxias do Sul no NBB 8
Cássio Roque fala sobre parceria com a NBA e diz querer retomar posição de segundo esporte do Brasil
Maurício Reolon
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