Que futebol bem feio apresentou a seleção brasileira sub-20 na noite deste sábado e início da madrugada de domingo. O Brasil de Alexandre Gallo não viu a cor da bola e perdeu por 2 a 0 para o Uruguai, em Maldonado, pela segunda rodada do Sul-Americano Sub-20. Não é bairrismo, mas o Brasil sub-20 tinha que aprender muito com a seleção gaúcha sub-19.
O futebol brasileiro tem que entender que não se ganha mais jogo na hora que se quer, que não se vence mais só na base da técnica e que a camisa canarinho não assusta mais ninguém. Sem nenhuma organização tática, a seleção brasileira sub-20 sucumbiu à raça uruguaia. Não conseguiu neutralizar as jogadas aéreas do adversário e quase não deu um chute a gol em 90 minutos.
Vejam só um detalhe: da seleção uruguaia titular que venceu o Brasil por 2 a 0, 10 jogadores enfrentaram a seleção gaúcha sub-19 em um amistoso em novembro, no Estádio Centenário, em Montevidéu, e perderam por 2 a 1. Eu estava lá como jornalista convidado da Federação Gaúcha de Futebol e registrei tudo.
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Na ocasião, o selecionado dos Pampas, treinado pelos técnicos Julinho Camargo, do Veranópolis, e Rodrigo Carpegiani, do Esportivo, foi amplamente superior com jogadores de Grêmio, Juventude, Lajeadense, Cruzeiro, Veranópolis, Aimoré, Pelotas e Esportivo. Isso que Inter e São José, envolvidos em uma final de copinha, não cederam seus atletas.
O goleiro Guruceaga, os laterais Cotugno e Suárez, os zagueiros Cabaco e Lemos, o volante e capitão Nández, o bom meia camisa 10 Pereiro, que fez o primeiro gol do Uruguai, o meia-atacante Facundo Castro e os atacantes Jaime Báez e Franco Acosta. Todos perderam para a seleção gaúcha em novembro no Uruguai. Só quem não atuou em novembro e estava como titular diante do Brasil foi o volante Arambarri, autor do segundo gol.
No recente final de 2014, a seleção gaúcha fez dois amistosos com o Uruguai: além da vitória justa e merecida no lendário Centenário em 13 de novembro, perdeu dois dias antes de 2 a 1 em Maldonado em um jogo muito equilibrado. Bem organizada taticamente pelo técnico Julinho Camargo, a seleção do Rio Grande do Sul deu uma aula nas duas partidas. Enquanto isso, o Brasil de Gallo foi um time completamente perdido em campo.
A defesa do Brasil, com Auro (São Paulo), Marlon (Fluminense), Eduardo (o único que se salva. É do Inter) e Caju (Santos), não amarra as chuteiras da zaga gaúcha, com Juliano (então no Juventude), Lucas Silva (dos juniores do Grêmio), Aldo (Juventude) e Júnior (dos juniores do Grêmio). Aliás, Júnior marcou os dois gols no goleiro uruguaio Guruceaga, do Peñarol, e neste sábado estava na Copa São Paulo de Futebol Júnior fazendo o primeiro gol da vitória do Grêmio de 4 a 1 sobre o Goiânia.
Fernando Urnau, do Lajeadense, é mais combativo do que os nacionalistas. Kaio, Iago, Tilica e Ty, todos do Grêmio, infernizaram os uruguaios mais do que Nathan (Atlético-PR), Kennedy (Fluminense), Gabigol (Santos) e qualquer outro do Brasil. Os goleiros Vitor e Éder, do Grêmio, também não ficam devendo nada a Marcos (Fluminense).
Não é ser bairrista, mas eu apostaria mais na seleção gaúcha sub-19 no Sul-Americano Sub-20 no Uruguai do que na seleção brasileira.