O técnico Felipão e o zagueiro e capitão Thiago Silva fizeram ontem uma defesa comovente da choradeira no jogo diante do Chile. Enquanto o comandante considerou tudo normal e até aproveitou para espinafrar a imprensa, repetindo uma velha tática, o jogador se justificou afirmando que teve uma "descarga emocional" no momento em que fugiu da responsabilidade antes da cobrança das penalidades.
Nos mais de 40 anos em que acompanho o futebol, em estádios e televisão, e mesmo pelo rádio, não lembro de ter observado situação diferente. Ao contrário, sempre vi, em times vencedores, jogadores e capitães com personalidade, com atitudes bem diferentes das do último sábado.
Exemplos estão no próprio Felipão, Figueroa, De Leon, Flávio Campos, Dunga e muitos outros. E, ao lado deles, jogadores que, mesmo sem a faixa no braço, marcaram suas trajetórias por ações e atitudes firmes. Para esses, o choro era de alegria ou tristeza, mas sempre depois das decisões.
Por essas condições, perdi grande parte da confiança na atual Seleção. A isso somo algumas atitudes do técnico Felipão, que, apesar de sua agressividade, parece um tanto perdido. Assim, não espero muita coisa deste grupo.
A vitória sobre a Colômbia é uma obrigação. Não existe comparação entre as equipes, da história ao custo dos jogadores. Assim, com ou sem choro, o Brasil deve passar. O problema é para depois, quando veremos se a tal descarga foi bem dada ou não levou grande parte do material.