Thiago Silva brilhou no Juventude bem antes de se tornar o capitão da Seleção Brasileira

Thiago Silva chegou ao futebol gaúcho no final de 2001 para integrar o RS Futebol, clube do ex-craque colorado Paulo Cézar Carpegiani em Alvorada (RS). Dali foi indicado para o Juventude. Túlio Cunha Lima, então diretor de futebol do Ju, agendou um jogo-treino no Estádio da Morada dos Quero-Queros. Montou um staff de observadores nos quatro lados do campo:

Assista a um vídeo com momentos da carreira de Thiago Silva:



- Daquele jogo eu queria trazer dois jogadores do RS Futebol: Thiago e Mauro. O Thiago era ambidestro, técnico, chamou a atenção na hora. O Mauro era centroavante goleador, mas estavam negociando ele com o Fluminense e acabou vindo só o Thiago num primeiro momento. Depois, o Rodrigo Caetano mandou o Naldo também.

Thiago lembra da chance como se fosse hoje:

- Perguntei para o Rodrigo Caetano o que ele achava. Ele disse para que eu não me preocupasse por ser um desconhecido no futebol: "um dia eles vão te conhecer", ele dizia.

Passada a adaptação no clube novo, com várias partidas na reserva durante o Gauchão, Thiago Silva foi se soltando aos poucos. Aproveitava qualquer oportunidade, até como lateral-direito. Com a chegada do técnico Ivo Wortmann, o horizonte começou a se abrir. Para muitos, o ano de 2004 ficou marcado pela melhor zaga de todos os tempos do Juventude.

- Ali se formou o melhor trio de zagueiros do futebol brasileiro, na minha opinião: Índio pela direita, Naldo na sobra e Thiago Silva na esquerda. O Índio fazia o corredor e o Thiago, marcava mais por dentro. Jogaram muito _ atesta Ivo.

Teve até gol antológico no Estádio Alfredo Jaconi. O jogo era Juventude x Paraná, dia 2 de maio, um domingo, pela 4ª rodada do Brasileirão. Aos cinco minutos do segundo tempo, Thiago, com a camisa 2, recebeu uma bola na direita, partiu em velocidade em direção ao campo adversário, passou por um, dois, três jogadores e chegou nas proximidades da grande área. Levantou a cabeça, tocou para o centroavante Leonardo Manzi e recebeu na frente, já dentro na área, pela direita. Aí, como se fosse atacante, bateu na saída do goleiro. Um golaço.

Virou destaque do time, a ponto de ser comprado por US$ 3,8 milhões (cerca de R$ 7 milhões) por um dos maiores grupos de investimento de jogadores do mundo, a Gestifute, do empresário português Jorge Mendes. Paulo Tonietto, caxiense radicado em Santa Catarina, foi designado por Mendes para cuidar da carreira do jovem promissor. De Caxias do Sul para o Porto, de Portugal. E, o resto, o mundo inteiro sabe.