Se para o Brasil não vai ser fácil, imagine para a Costa Rica. Em sua quarta participação na Copa do Mundo, a seleção centroamericana é o azarão no grupo que reúne os gigantes Uruguai, Inglaterra e Itália. Todos campeões mundiais, todos recheados de estrelas internacionais. Na Costa Rica, o jogador mais destacado é Joel Campbell, atacante do Olympiacos-GRE, que ficou mais conhecido após postar nas redes sociais a desilusão por ter comprado 500 figurinhas da Copa do Mundo e não ter encontrado o seu cromo.
Porém, os costarriquenhos não deixam de ter esperança que podem aprontar para cima dos grandes na primeira fase do Mundial. Pelo menos se todos tiverem o otimismo do compatriota Alexander Robinson, lateral-direito do Juventude. Robinson defendeu por cinco temporadas o clube que mais cedeu jogadores para a seleção costarriquenha, o Deportivo Saprissa. Acalentou a esperança de jogar a Copa, mas perdeu espaço justamente quando achou que teria mais chances, ao se transferir para um grande centro do futebol mundial. Em cinco meses de Brasil, porém, pouco jogou.
Convidado pelo técnico Jorge Luis Pinto para participar da preparação da seleção, em Santos, o jogador deve embarcar na próxima semana. Será a chance de rever amigos que irão representar a nação que, segundo Robinson, é tão apaixonada por futebol quanto o Brasil. Abaixo, confira um bate-papo com Robinson sobre a expectativa com relação a participação da Costa Rica no Mundial que se avizinha:
Pioneiro: O Deportivo Saprissa, clube onde tu atuaste por cinco temporadas, teve cinco jogadores entre os pré-convocados da seleção costarriquenha (Yeltsin Tejeda, Michale Umaña, Heiner Mora, Hansell Ovares e Kendall Waston). São teus amigos, tens conversado com eles?
Alexander Robinson: Sim, todos eles foram meus companheiros e agora têm uma grande oportunidade de jogar pela seleção e vir para o Brasil disputar a Copa. Falo muito com eles e vejo que todos estão com muita esperança. Tenho uma amizade muito boa com Yeltsin Tejeda, o melhor jogador do último campeonato nacional pelo Saprissa, e conversamos bastante por telefone ou Facebook. É muito bom jogador e todo o país tem muita expectativa em relação a ele. Torço para que vá muito bem na Copa, até para conseguir espaço em um grande clube fora da Costa Rica.
Tu tinhas a esperança de ser convocado?
O treinador me conhece e eu sei que ele valoriza muito os atletas que saem da Costa Rica para buscar espaço em centros maiores. Quando tive a oportunidade de vir justamente para o país da Copa, achei sim que tivesse mais chances de ser convocado. Infelizmente, joguei pouco aqui até agora e acabei ficando de fora.
Tu recebeste convite para treinar com a seleção...
Sim, eles vão treinar em Santos e vou ter uma oportunidade de me juntar a eles, o treinador me convidou. É só para ajudar, mas pode ser importante para mim.
Como os costarriquenhos acompanham a Copa?
É um povo muito apaixonado, igual ao Brasil. Futebol é o nosso esporte preferido e todos param para assistir.
A Costa Rica caiu em um dos grupos mais difíceis da Copa. Tem como sonhar com a classificação?
É um grupo mais do que difícil. Itália, Inglaterra e Uruguai têm grandes nomes e muita história no futebol mundial, mas no futebol tudo pode acontecer. A Costa Rica vai querer fazer uma grande Copa e, conhecendo a seleção, sei que irão trabalhar muito forte para isso. Classificar é muito difícil, mas tem que ser esse o objetivo. Senão, melhor seria nem vir pra Copa.
Quem é o favorito?
Com certeza o Brasil tem que ser campeão. Está jogando em casa, diante de sua torcida. É um time que sempre entra para ganhar e acho que é o principal candidato dessa Copa.
Morando no Brasil há cinco meses, despertou um gosto pelo país a ponto de torcer pela nossa Seleção?
Vou torcer primeiro para a Costa Rica. Se tiver tempo, quero assistir a todos os jogos e já convenci alguns companheiros aqui no clube a torcer pelo meu país também. Mas em segundo lugar, vou torcer pelo Brasil.