Aos 44 anos, Jó Arse encara um novo desafio. Mas, nem por isso, muda sua personalidade. É algo cultural, como ele mesmo define. De lenço no pescoço, bombacha e cuia na mão, se apresenta para a entrevista como novo secretário de Esporte e Lazer do município.
A posse aconteceu na última semana. Ele substitui Washington Stecanella Cerqueira, que precisa deixar o Executivo para disputar a eleição a deputado federal, conforme determina a legislação eleitoral.
No início deste novo processo, Jó pede um período para reconhecer o terreno e destaca seu currículo como gestor. Foi nessa função em que trabalhou na Marcopolo por 10 anos, outros cinco na Intral e 11 na Universidade de Caxias do Sul. Ainda acumulou a função de coordenador da 25ª Região Tradicionalista.
É justamente por essa relação com o tradicionalismo que podem surgiu as principal questão: o que ele conhece e fará pelo esporte caxiense? Conheça um pouco mais do novo secretário e as suas ideias para os próximos anos nesta entrevista:
Pioneiro: O senhor é uma pessoa que sempre esteve ligada muito ao tradicionalismo. Como surgiu esse convite para transitar em outra área e trabalhar na secretaria de esporte e lazer?
Jó Arse: É uma pergunta que as pessoas me fazem muito. Na verdade, o tradicionalismo não é uma profissão. É algo que vem da questão cultural, que trago de berço, de família. Desde os sete anos estou envolvido. Na verdade, trabalhei na Marcopolo, na Intral, na Universidade, sempre na questão administrativa, na gestão. Aqui é uma secretaria do esporte, mas a pasta também precisa de um gestor. O convite veio através do prefeito, por alguns trabalhos e pelo conhecimento que a gente tem, desde a década de 80, quando conheci ele. Estive envolvido com o esporte quando passei pela Marcopolo. Tive sede de time, joguei em time de várzea, claro que não como o ex-secretário Washington. Mas também tive um envolvimento com o esporte no bairro, com a comunidade. E esse convite, avaliei: qual será o meu papel? Serei o gestor da equipe. Vou conhecer a demanda da secretaria e a partir dai tocar os projetos em andamento, elaborar outros. Temos toda uma assessoria de uma equipe profissional e comprometida. Meu papel será gerir essa equipe.
Pioneiro: Qual o tamanho do desafio de assumir essa nova pasta?
Jó Arse: Gosto de ter desafio, de atuar em áreas que possa contribuir com a comunidade. Nós temos a questão cultural, do jovem, da criança, mas temos o lado esportivo que é muito forte aqui. Venho de uma área que faz o papel cultural. O meu desafio é dar continuidade aos projetos e poder contribuir nessa área como gestor. É claro, preciso de um tempo para conhecer a secretaria, os projetos. Sabemos da nossa responsabilidade como gestor, da parceria com a equipe. É assim que vamos trabalhar. Com responsabilidade, seriedade, com comprometimento com o governo e, principalmente, com a minha equipe.
Pioneiro: Qual seria esse tempo de reconhecimento do terreno?
Jó Arse: Qual é o meu pedido, especialmente para a imprensa. Queria pelo menos um trinta dias para ter uma visão, ter um conhecimento de cada projeto. Alguns com patrocinadores, outros com apoio do poder público, outros através de leis. A questão burocrática hoje é o que mais tranca, infelizmente. E, quem paga a conta é a comunidade. Vamos ter uma ideia do projeto, da sua conclusão, e ter o domínio das ações, se vamos alterar algo ou não.
Pioneiro: Em que pé está a construção do novo ginásio?
Jó Arse: Ainda não tenho conhecimento total do projeto, apenas por cima. A gente está se organizando para analisar tudo isso. O que posso afirmar é que Caxias vai ter um grande ginásio, que a muito tempo o poder público deve para a comunidade. Claro que não é um projeto para amanhã, mas acredito que em um período de dois anos podemos concluí-lo para contribuir com o esporte caxiense. São grandes eventos, projetos a nível nacional, estadual e internacional que poderíamos trazer e não temos estrutura. Poderemos nos programar a partir do momento que tivermos a estrutura.