A tranquilidade demonstrada nas entrevistas do dia a dia caracterizam também o estilo de vida de Rafael Pereira. É no canto direito do sofá da sala no apartamento onde mora, no bairro Jardim América, que ele encontra o conforto e a possibilidade de diminuir o ritmo das jornadas com treinamentos e jogos.
Boa praça, agregador e um líder que se forjou com o passar dos anos, não pode ser considerado um típico boleiro. Gosta de qualquer ritmo de música, com exceção do rock pesado. A paixão pelo futebol foi herdada do pai, que ele mesmo diz ser um grande contador de causos, especialmente da época em que atuava nos times amadores.
- Ele era zagueiro também. Diz que só não jogou profissionalmente porque na época os pais não aprovavam. Mas ele gosta de contar histórias. E me aconselha muito. Me liga quase todos os dias - diz o jogador.
Os pais moram em Taió, interior de Santa Catarina, cidade natal do jogador. Já o irmão mais velho, Marcelo Pereira, 31, tenta a carreira de treinador e está no sub-13 do Avaí. Rafael saiu de casa aos 15 anos e se aventurou pelo mundo do futebol. Iniciou no Joinville e, antes de chegar ao Ju, estava no Metropolitano-SC, após curta passagem pela Romênia.
- Todo mundo me falava do frio de Caxias, mas pra quem encarou -20ºC na Romênia, não podia ser pior. Foi fácil para me adaptar - relembra.
Quando chegou ao Jaconi, em abril de 2010, Rafael Pereira queria conquistar espaço. Vinha para a primeira experiência no futebol gaúcho cheio de expectativas. Foi apresentado junto com o meia Cristiano e era um dos reforços para a Série C daquele ano. A queda naquela temporada não diminuiu a vontade de permanecer no clube.
- Gostei da cidade de cara. Quando me perguntam, sempre digo que Blumenau e Caxias do Sul foram as melhores cidades por onde passei. E elas são bem parecidas. - avalia o jogador.
Passaram-se quatro temporadas. E muita coisa mudou. O defensor de 29 anos vivenciou momentos de queda, frustração, superação e, por fim, a redenção com o acesso em 2013. Antes da Série D, chegou a ter proposta do Criciúma, mas preferiu ficar. Aí entra também uma motivação fora das quatro linhas.
Uma pessoa em especial fez com que Rafael permanecesse na cidade: a caxiense Fabiane Miguel. São três anos de relacionamento e um de noivado. A fase é de planejar o futuro. E quando parar de jogar, Rafael deve permanecer morando na cidade. O apartamento do casal está quase pronto. E tem aquela pressão...
- Tem o casamento a caminho e a ideia da gente é ter um filho. Acho que no ano que vem.
Feliz com as novidades fora de campo, Rafael quer que 2014 também marque o retorno do Juventude à Série B. Com uma competição mais valorizada e um grupo que se conhece bem, o capitão convoca o torcedor:
- Que eles venham nos incentivar porque dentro de campo, vamos fazer o que pudermos para conseguir o acesso. Como líder, vou puxar todo mundo para conquistar esse objetivo.
Identificado
Há quatro anos em Caxias do Sul, capitão do Ju Rafael Pereira quer levar o clube de volta à Série B
Jogador conta que deve morar na cidade após o término da carreira
Maurício Reolon
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