Quando iniciou a temporada de 2013, Lisca deixou claro qual era o seu objetivo. Queria levar o Juventude de volta para a Série C. O técnico e os seus comandados atingiram o objetivo no domingo. Com o apoio e o carinho da papada, o treinador alviverde se transformou em um símbolo da retomada alviverde. Lisca tem contrato com o clube até o final do ano. Em algumas oportunidades, afirmou que estaria de saída. Agora, deixa a situação em aberto. Quer conversar com a direção do Ju antes de tomar qualquer decisão.
Confira alguns trechos da entrevista concedida ao Pioneiro:
O dia depois
- Não dormi. Parece que fui atropelado. A tensão do jogo, a adrenalina da partida fica. Para dizer a verdade, fui dar uma extravasada hoje de manhã, quando fui tomar banho. Lá em casa tem uma banheira, e devo ter deixado uns 200 quilos ali. Aí vem várias coisas na cabeça. O cara chora, ri. O dia seguinte é bem interessante por essa mistura de sentimentos.
Ansiedade
_ Foi mais tranquilo. A gente vai se acostumando, vai fazendo parte da rotina. Pra mim é mais angustiante até chegar neste momento. Depois que tu chega na decisão, é o momento de se tranquilizar, respirar, estar 100%. A experiência vai dando mais calma para viver esses momentos e liderar, passar confiança e tranquilidade, afinal tu és sempre uma referência para o grupo.
Corredor Jaconero
- Quem vê o Corredor Jaconero ele tem dois lados. Um muito motivacional. Só que a pressão é muito grande. Tu vê quase de cunho social, de recuperação de um clube, de uma marca. O torcedor comprou comigo uma ideia, que sempre lancei aqui pra vocês, que era de parar de lamentar, de ficar em cima das frustrações, de ficar lambendo feridas. A gente estava no fundo do poço. Precisava se reenergizar, juntar a torcida, entender que não vai voltar atrás para a Série A e Série B se não fizer todo o caminho de volta. Isso, talvez, foi o que o torcedor mais entendeu. Tu não via vaia no Jaconi, apupo, mesmo com o time em dificuldade tinha o apoio. Uma entrega, quase que uma religião. E a gente conseguiu retomar isso e foi muito legal.
A conquista
- Foi significativa, também por coroar um ano e dois meses de trabalho. Para o profissional é importante os resultados serem crescentes. A gente conseguiu muita coisa. Fomos campeões da Copinha, com muitos jogadores jovens, depois fizemos um belo Gauchão. No segundo turno, ganhando do Grêmio duas vezes, eliminando eles, e fazendo a final contra o Inter, do jeito que foi, encarando de igual para igual, tendo aquele gol contestado. Tivemos o reconhecimento da mídia que o Juventude foi melhor naquela final. Para o torcedor, por mais que tu fosse bem em todas competição, a Série D era algo que incomodava muito.
Fica ou não fica?
- Minha ideia, em um primeiro momento, é escutar o Juventude. Até por essa identificação, por todo o trabalho. Vou cumprir meu contrato até o final do ano e conversar com o clube. Agora, o Ju tem um outro patamar, outro projeto, um poder maior de investimento e é tudo de se conversar. Não sou um profissional muito caro. Claro que todo mundo quer ser valorizado. Tenho algumas propostas de Séries C e B, mas hoje para sair do Juventude tem que ser alguma coisa bem concreta, com projeto de trabalho, e uma equipe de Série A ou B, para brigar por acesso. Para apagar incêndio, não. Até porque foi o que mais chamaram até agora. Prefiro descansar do que fazer isso.
Confira a matéria completa na edição impressa desta terça-feira do Pioneiro
Entrevista
Técnico Lisca esbanja felicidade e destaca importância da torcida na conquista do acesso para a Série C
Treinador ainda falou sobre a possibilidade de permanência no Juventude para a próxima temporada
Maurício Reolon
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