Está cada vez mais próxima a vinda de uma seleção no período pré-Copa do Mundo de 2014. Ainda que o secretário de Esportes e Lazer despiste, o Uruguai é o alvo caxiense. Washington Stecanela Cerqueira oficializará convite ao país vizinho na próxima semana.
Outros já foram contatados, e os mais próximos de dar uma resposta positiva são Itália e Japão. A Coreia do Sul deve ser convidada. O Prefeito Alceu Barbosa Velho está no país asiático conhecendo tecnologias de transformação de lixo em energia, e poderá visitar a federação de futebol local.
Com os japoneses, a conversa foi bem pessoal. Por ter atuado por lá, o ex-centroavante estabeleceu forte amizade com os integrantes da federação nipônica. Washington aproveita-se do renome dos tempos de jogador, quando era conhecido como Coração Valente e W9, para fazer de Caxias do Sul um centro de treinamento.
Por outro lado, vendo a vizinha Bento Gonçalves investindo forte para fazer parte da Copa, lamenta a pouca participação caxiense na empreitada, seja por parte dos empresários, do poder público ou da população.
A cidade tem dois pareamentos candidatos a receber delegações: CT Estádio Centenário e Hotel Intercity, e CT Alfredo Jaconi e Hotel Samuara. E para garantir a presença dos estrangeiros na região, uma proposta financeira por parte da iniciativa privada poderia fazer a diferença.
O ex-jogador explica que patrocinar a vinda de uma seleção não é algo novo no mundo das Copas e que seria um ótimo negócio para o empresariado local. Além disso, Washington elenca as dificuldades sobre a preparação de Caxias para a Copa: uso de dinheiro do próprio bolso para divulgar a cidade, falta de investimento do poder público, despreparo do setor de serviços e falta de interesse de empresários.
Veja a seguir os principais trechos da entrevista com o secretário de esportes.
Vale pagar ou não?
- Weggis (na Suíça) pagou, investiu para ter a Seleção Brasileira lá antes da Copa de 2006, mas até hoje ganha com isso no turismo. Quem conhecia Weggis antes? Hoje é muito conhecida. Caxias poderia chegar a esse ponto, mas dependeria do setor privado. Já dei a ideia. Para as empresas que temos aqui, não seria um investimento pesado, ainda mais considerando o retorno que traria para elas. O nome vai estar vinculado a tudo que for feito com a seleção que aqui estiver. Pode se fazer um amistoso e vincular o nome da empresa ao jogo ou levar um jogador para conhecer a empresa. Vamos sonhar um pouco. Se vier a Itália, queremos que o Buffon vá na Randon e dê uma entrevista coletiva. Vai sair no mundo inteiro. Vai vincular o nome da empresa à Copa do Mundo. Não precisa pagar aquele valor absurdo para a Fifa para ser patrocinador. Há empresas que não têm nada a ver com o futebol, como lá na China, mas sabem da visibilidade que o futebol dá às marcas. Não vejo como não dar retorno no futebol. Um exemplo que conheço bem: a Unimed, patrocinadora do Fluminense. Vi e conheci todo o processo de patrocínio. No Rio, era o quarto plano de saúde. Hoje, é o primeiro disparado, e longe do segundo. Aqui, por exemplo, quem conhecia a Voges e a Metalcorte antes do Caxias?
Convite a país sul-americano
- Acha que vou dar docinho para o inimigo? É como quando um time negocia com um jogador. Se falar quem é, ele se valoriza, outros clubes se interessam e fica mais difícil de contratar. Se eu falar qual país é, Gramado, Farroupilha, Bento e Viamão vão atrás. Há momentos que é preciso manter sigilo absoluto.
Dinheiro do bolso
- Não gostaria de citar essas coisas. Nessa questão da passagem, trata-se de querer correr atrás. Sei que se não vier uma seleção a culpa vai ser minha, vai cair nas minhas costas. Eu tinha que ir. Se esperasse iria perder a oportunidade de divulgar a cidade.
Confira a entrevista completa na edição impressa do Pioneiro desta terça-feira.