Depois de ter atuado como quarto-zagueiro, disputar uma Olimpíada como treinador, desbravar a Arábia e a Ásia e conquistar a Copa do Brasil, Valmir Louruz está afastado do futebol há quatro anos. Como telespectador, acompanha as notícias de sua residência, em Porto Alegre, onde atendeu ao Pioneiro por telefone.
No vídeo, treinador relembra momentos marcantes da história do Ju:
Recuperado de uma forte depressão, sente saudade dos gramados em que tanto comemorou. E chorou também. Emotivo declarado aos 69 anos, o comandante do maior feito da história alviverde se emociona e embarga a voz ao relembrar de tudo que soma no currículo.
- Eu falando, de repente, é chover no molhado. Estou na área da minha casa, olhando para interior da sala e estou vendo uma fotografia. Sabe de quem é? É do plantel e da direção do Juventude campeão do Brasil de 1999, e embaixo tem os nomes dos jogadores todos. Aí embaixo tem fotos do Brasil de Pelotas e do Inter, mas o juventude está acima de todos, é muito importante para mim - dimensiona Louruz.
O último clube que treinou foi o CRB-AL, em 2009. Mas Valmir Louruz não caiu no esquecimento. Vestiu a camisa alviverde por quatro temporadas da década de 70, onde pendurou as chuteiras e deu os primeiros passos com a prancheta nas mãos em 1980. Para o jogo comemorativo dos 100 anos, sexta-feira, o ainda ídolo na memória da Papada foi convidado pela direção para entrar no vestiário e dirigir uma conversa com o grupo antes de encarar o Nacional-URU.
- Eu não quero me intrometer no trabalho do Lisca, mas foi um pedido especial. Vai ser uma satisfação estar revivendo esses momentos das conquistas dos títulos e rever jogadores. Vai me ajudar muito, vou me sentir mais gente - destaca.
Valmir Louruz nutre uma amizade com Felipão desde os tempos em que atuavam como defensores. Ele, pelo Ju. Felipão, pelo Caxias. Louruz se diz responsável pela vinda do atual comandante da Seleção Brasileira ao Alfredo Jaconi, quando assumiu o comando pela primeira vez, em 1980. Dois anos depois, se transferiu para o CSA-AL, saindo posteriormente para o Náutico. No clube alagoano, indicou novamente o companheiro, que estreou na casamata bem longe do Rio Grande do Sul. Em 1983, os papeis se inverteram, e Felipão deixou o Brasil-Pe para a vinda de Louruz.
- Também fui para o Exterior por indicação do Felipão, quando treinei o Kuwait nas Olimpíadas de 1992. Sempre tivemos um bom relacionamento, mas faz tempo que não falo com ele. Na última vez que ele foi a Caxias, não quis atrapalhá-lo, ele devia estar cheio de coisas para fazer - comenta.
Saudades
Técnico da maior conquista do Juventude, Valmir Louruz está afastado dos gramados há quatro anos
Comandante campeão da Copa do Brasil vai participar do jogo dos 100 anos na sexta-feira
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