Seu José Viero, 86 anos, é um baú de histórias de carne e osso. Um aficionado, membro importante e honorário da quase secular trajetória do Juventude. Não é preciso sequer ser instigado para começar a recordar do distante janeiro de 1944, data em que se tornou sócio do clube, aos 17 anos, pelas mãos do então dirigente Alfredo Jaconi.
Sem jamais atrasar uma mensalidade, Seu Viero pode ser encontrado todas as tardes, de segunda a sexta-feira, na lancheria do Estádio Alfredo Jaconi, sempre disposto a um cafezinho e um papo bem-humorado. Já foi dirigente por quatro anos na década de 80. Viu de perto jogos históricos e os maiores craques que já desfilaram pelos gramados, desde os tempos em que o alviverde mandava seus jogos na Quinta dos Pinheiros.
Da época difícil, recorda de uma assembleia de associados na década de 50 para fechar o clube. Lembra também do Gauchão de 1963, onde se livrou do rebaixamento na última partida. O Ju tinha recém completado 50 anos de vida.
- Somos o único time do Interior que não foi rebaixado no Gauchão, mas aquele ano foi quase. Tínhamos trocados três técnicos no primeiro turno e aí buscaram o Pastelão. Nos livramos por um 4 a 1 suado em cima do Cruzeiro - conta Viero.
Em uma retrospectiva dos momentos históricos da equipe, Seu José coleciona mais alegrias do que tristezas. São amigos, ex-jogadores, técnicos, dirigentes, colaboradores... uma porção de nomes famosos de outrora. Um detalhe curioso é que Mário Martini, o maior goleador da história alviverde, foi dentista de Viero nos anos 40.
- A Era Parmalat foi a melhor, sem dúvida. Ss grandes times de Rio e São Paulo vinham jogar aqui na retranca e nós ganhávamos deles. Quando eu me associei jamais imaginei que chegaria nos 100 anos assim - encerra Seu Viero.
Histórias juventudistas
Sócio desde 1944, Seu José Viero abre o baú de histórias e conta o que viu em 86 anos de vida alviverde
Alfredo Jaconi foi o dirigente que o associou há 69 anos
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