Grande responsável pela bela campanha que o Esportivo realiza este ano na Divisão de Acesso, o técnico Luiz Carlos Winck comemora a boa fase. Aos 49 anos, o gaúcho de Portão está muito próximo de devolver o alviazul à primeira divisão do Gauchão, de onde foi rebaixado em 2010.
Winck desembarcou na Montanha dos Vinhedos em dezembro. Ele preparava-se para iniciar o campeonato baiano pelo Juazeiro, mas um convite o fez largar o Nordeste e retornar ao Estado.
- Eu quis voltar para abrir portas no futebol gaúcho. A tradição, a estrutura e a cidade pesaram positivamente - revela
Usou da sua experiência de 14 anos na casamata e trouxe jogadores de sua confiança para compor o grupo. Apostou no jovem Cassiano, 22 anos, com quem trabalhou no São José. Para a zaga, veio o tarimbado Ediglê, campeão mundial pelo Inter, em 2006. No meio, conseguiu encaixar os volantes Filipe Athirson, Anderson Feijão e Fábio Oliveira, trouxe o goleiro Fabiano e redescobriu o meia Rafael Bittencourt, artilheiro da equipe, além do meia Paulo Josué, ex-Juventude e do atacante Mauro, de passagens por Fluminense, Caxias, Lausanne-SUI e Novo Hamburgo.
- O Esportivo era apático quando cheguei aqui, sem vibração. Colocamos o que tinha anos atrás, resgatamos o espírito guerreiro do passado. Me preocupo em ter jogadores com perfil de homens - ensina o professor.
Antes de pendurar as chuteiras, Luiz Carlos Winck era um lateral-direito elegante, incansável e especialista em cruzamentos na linha de fundo. Com seus cabelos longos característicos, foi revelado pelo clube colorado aos 18 anos. Fez parte do tetracampeonato gaúcho conquistado em 1984 jogando ao lado de feras como Dunga, Mauro Galvão e Ruben Paz. Disputou duas Olimpíadas com a Seleção Brasileira: a de Los Angeles, em 1984 e a de Seul em 1988, garantindo duas medalhas de prata.
Transferiu-se para o Vasco em 1989 e às vésperas do mundial de 1990, foi cortado devido a uma lesão e nunca conseguiu disputar uma Copa do Mundo. Defendeu ainda o Grêmio, Corinthians, Atlético Mineiro, Botafogo, Flamengo e encerrou a carreira em 1996 no São José-RS.
Ao pendurar as chuteiras, assumiu a gerência de futebol do Zequinha e, em 1998, virou técnico, onde ficou por quatro anos
- O Noveletto (Francisco Noveletto, presidente da FGF e do São José) é o grande responsável de eu virar técnico. Quero vencer e agradecer a ele por tudo - emociona-se.
Winck toma como referências à beira do gramado treinadores como Evaristo de Macedo, Carlos Alberto Silva, Sebastião Lazaroni, Zagallo e Parreira, mas o grande mestre foi Enio Andrade, com quem trabalhou no Inter.
- Eu aprendi com o Seu Enio que liderança não é imposta na marra, ela é natural. Os jogadores não podem ultrapassar limites e eu nunca discuti com atleta nenhum. Em primeiro lugar o pensamento é no grupo - destaca o discípulo.
Winck também é amigo pessoal de Roberto de Assis Moreira, irmão e empresário de Ronaldinho Gaúcho. O jogador, pivô de mais uma cena no Flamengo, treinou no São José, quando foi afastado do Grêmio, antes de se transferir para o PSG, em 2001.
- Qual é a motivação que o Ronaldinho tem? Já conquistou tanta coisa na vida. É muita cobrança em cima dele, mas ele joga ainda pode jogar em qualquer clube.
Rumo ao acesso
Técnico do Esportivo Luiz Carlos Winck, ex-Inter e Seleção, fala sobre a carreira dentro e fora dos gramados
O comandante alviazul fala da boa fase, Seleção e até de Ronaldinho
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