O jogo de amanhã entre Cerro-URU e Inter, em Rivera, pelo Grupo 5 da Libertadores, tem tudo para ser um programa familiar. Basta engatar uma conversa no bar, na Praça Internacional (que separa Santana do Livramento do município uruguaio) ou na zona de free shop para surgir a prova disso: pais contando com orgulho como andam os preparativos em casa para levar mulher e filhos ao Estádio Atílio Paiva.
Mas há um único receio: os barra-bravas do Cerro, que chegam horas antes da partida, amanhã.
Todos os uruguaios com quem conversei na região da fronteira desde segunda-feira fizeram a mesma ressalva. Das organizadas de Montevidéu, a do Cerro tem uma das facções violentas mais temidas do país. E esses doidos virão a Rivera.
Serão 23 ônibus lotados com moradores do bairro de classe média baixa que empresta o nome ao clube. Eles chegarão ao estádio horas antes da partida, às 19h15min, e pegarão a estrada logo depois do apito final do árbitro. Serão escoltados pela polícia o tempo todo. Desde a entrada na cidade, na chegada, até a saída, pelo mesmo lugar.
- Destes 23 ônibus, 20 são de pessoas normais, que só reforçarão a ideia do evento familiar. Mas pelo menos três trarão os baderneiros. Por isso, também, a segurança será tão forte e implacável. Vocês vão ver - conta Andres Cuello, narrador esportivo da Rádio Internacional, de Rivera, cuja experiência inclui algumas copas do mundo e muitos jogos em Montevidéu no currículo.
Há alguns anos, o Cerro jogou em Rivera pelo Campeonato Uruguaio e houve saques dos vândalos em algumas lojas. Há quem lembre. Ninguém quer ver nada disso repetido amanhã, em um evento-teste para a cidade pleitear um Gre-Nal no Gauchão de 2011.
Por tudo isso, os barra-bravas do Cerro são o único receio a rondar a organização do grande jogo desta quinta-feira.
Esportes
Facção violenta da torcida do Cerro-URU assusta
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