A vitória dramática do Emelec por 2 a 1 sobre o Newell's Old Boys na madrugada de ontem para hoje, em Quito, foi ótima para o Inter. Como havia dado empate em 0 a 0 na Argentina, os equatorianos ficaram com a vaga e serão os primeiros adversários do time do técnico Jorge Fossati no dia 23 de fevereiro, no Beira-Rio.
Muito melhor pegar na estreia um time do Equador como o Emelec do que um argentino feito o Newell's. Em Libertadores, qualquer argentino é mais traiçoeiro do que um equatoriano, em tese.
Pelo que vi na partida de ontem, não há tanto assim para se preocupar. O Emelec é um time comum, disciplinado, que contou com o apoio maciço de sua torcida, mas sem apresentar um jogador diferenciado ou sequer perto disso. E quase entregou a vaga no fim mesmo com um jogador a mais, em razão da expulsão de Schiavi aos 40 minutos do segundo tempo.
Mas há outro elemento a festejar na eliminação dos argentinos. São os barra bravas do Newell's. Fora de controle no clube de Rosario, eles não virão a Porto Alegre. Na semana passada, Walter Cáceres, um menino de 14 anos, morreu alvejado por disparos de metralhadora.
O garoto estava dentro de um ônibus de torcedores, regressando a Rosario, quando uma facção rival armou uma tocaia, segundo os primeiros indícios da investigação policial. Ele chegou a ser internado com vida, mas não resistiu.
O próprio vice-presidente do Newell's, Claudio Martínez, chamou de "loucura" a morte e abriu o jogo: as fronteiras das brigas internas no clube foram ultrapassadas.
Se o Newell's tivesse empatado no final, como quase aconteceu, os tais barra bravas fora de controle viriam a Porto Alegre para dar trabalho redobrado a Brigada Militar. E, no jogo da volta, o Inter teria que montar uma operação especial para dar segurança aos colorados que fosse a Rosario.
A passagem do Emelec ao Grupo 5 da Libertadores, ao lado do Cerro (Uruguai) e do Deportivo Quito foi a primeira vitória do Inter nesta Libertadores. Mesmo antes de entrar em campo.
Esportes
Inter escapa dos barra bravas do Newell's
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