O palco mais cobiçado por palestrantes e pelo público que lota o Serra Park para a 7ª edição do Gramado Summit, sem dúvidas, é onde concentram-se os maiores nomes do evento. E no segundo dia de programação, três estrelas foram os destaques na grade no espaço principal. Os ex-jogadores de futebol Denilson e Jakson Follmann, sobrevivente de um acidente aéreo, e o jornalista e humorista Rafael Cortez roubaram a cena na quinta-feira (11).
Ainda pela manhã, o craque Denilson, pentacampeão do mundo em 2002 com a Seleção brasileira, hoje comunicador e apresentador, participou de um bate-papo sobre os momentos marcantes da carreira com o jornalista Marco Aurélio Souza. Na palestra “A carreira, os negócios e o seu ecossistema", a dupla relembrou passagens da trajetória do jogador e o caminho que seguiu depois de se aposentar de forma precoce. Devido a um problema no joelho, o antigo ponta-direita deixou os gramados e virou comentarista na televisão.
A conversa passou por lições que o comunicador recebeu ao longo da carreira, principalmente em quesitos como liderança e trabalho coletivo. Conhecido por entrar geralmente no segundo tempo das partidas do Mundial em que sagrou-se campeão, Denilson era tido como uma peça-chave do time de Felipão para mudar os jogos. E ele garante que o rótulo nunca o incomodou.
— Eu aprendi a tirar o melhor dos minutos que era escolhido para entrar em campo. Naquele espaço de tempo, procurava fazer algo diferente, que agregasse. Se o treinador precisasse de mim por três minutos, algum passe, drible ou tentativa eu ia fazer para mudar o cenário. E assim fui campeão — conta o craque.
Um sobrevivente que realizou o sonho de cantar
Ser goleiro profissional de futebol não era a primeira opção de trabalho do ex-jogador Jakson Follmann. Desde pequeno ele queria ser cantor. Sobrevivente do desastre aéreo com o time da Chapecoense em 2016, o palestrante revelou o sonho de criança logo após de entrar no palco principal cantando a música de Raul Seixas “Tente outra vez”.
Na palestra “A vida após a queda”, também em um bate-bola com o jornalista Marco Aurélio Souza, no começo da tarde da quinta, Follmann reviveu alguns dos momentos tão doloridos depois do acidente, e a força que precisou ter para enfrentar a perda de muitos amigos e de parte da perna. A amputação foi a causa da aposentadoria forçada do esporte.
— Foram cinco dias de UTI e mais de 50 hospitalizado. Recebendo a notícia de toda aquela tragédia e de que eu nunca mais jogaria futebol. Tudo ao mesmo tempo. Mas eu só queria viver, estar com a minha família — relata Follmann.
A nova oportunidade que ganhou de Deus, de acordo com o palestrante, foi uma prova de que a fé é capaz de trazer tudo o que pedimos, e melhorar qualquer fase vivida.
— Foi o que aprendi com toda aquela dor. Eu sempre pensava coisas boas, porque sabia que isso traria coisas boas — afirma.
Aplaudido de pé, Follmann ainda deu mais uma palhinha da música “Tocando em frente”, de Almir Sater.
O mestre de cerimônias fechou o dia
Ser mestre de cerimônias (MC), segundo o próprio humorista e jornalista Rafael Cortez, veio antes de tudo na carreira. Foi conduzindo eventos que ele começou a abrir as portas que o levaram à fama nacional, com shows de comédia stand-up por todo o Brasil. E é exatamente este papel que ele exerce na Gramado Summit 2024. Com o microfone à mão e as palestras de cada dia na ponta da língua, brinca com a plateia na interação a cada novo nome a ser chamado ao palco principal.
Já na noite da quinta, Cortez inverteu os papéis. Era ele o nome a ser chamado, para encerrar o segundo dia de evento. O público aguardava com ansiedade a palestra “Atitude transformadora”, que abordou episódios da vida do humorista. Em um bate-papo, falou da trajetória e das escolhas que impactam sua carreira.
— Ser MC é uma coisa que eu amo. Foi o que me levou a todos os outros lugares. E eu decidi entrar de vez no mundo corporativo, mesmo que esteja com outros planos para a minha vida profissional. Acredito que esse mundo precise muito mais do meu humor do que qualquer outro — revela Cortez.
Já a partir da manhã da sexta (12), quando a Gramado Summit chega ao fim, o humorista volta ao seu papel principal na feira, presenteando os chamados com a recepção ao palco pra lá de empolgada.