O início do ano traz ares de mudança e planejamento, e trocar de moradia permeia, neste período, o desejo de muitos. Entre investir ou poupar, as melhores formas de usar as economias precisam entrar na balança do orçamento familiar. E na escolha entre gastar com aluguel ou com a parcela do financiamento imobiliário é necessário considerar fatores como perfil econômico e estilo de vida, de acordo com especialistas.
Nas imobiliárias de Caxias do Sul, a procura pela casa nova nos primeiros meses do ano é notável. Diretor-geral de uma delas, Josué Bassanesi estima uma média de até 40% no aumento da intenção das pessoas em trocar de residência entre janeiro e fevereiro.
— A locação tem cada vez se tornado mais interessante. Ela dá uma flexibilidade muito maior, conforme a realidade de cada um, e possibilita a adequação conforme surgem as necessidades — salienta.
No entanto, e conforme a realidade financeira, adquirir um imóvel e colocá-lo para locação segue sendo investimento atrativo que gera renda fixa ao investidor. Outro aspecto é a compra e venda do patrimônio, que de acordo com o corretor Leonardo Demeda, pode gerar retorno de até 23% em um ano:
— A valorização média dos imóveis foi de 50% nos últimos três anos. Nenhum outro ativo teve um desempenho semelhante, mesmo com as taxas de juros nos patamares atuais. Comprar a preço baixo, por exemplo, reformar e mobiliar pode ser um bom negócio — considerou.
O sucesso do planejamento depende também da forma como o dinheiro será aplicado. Entender riscos, segundo especialistas, é fundamental para atingir êxito. Coordenadora do curso de Economia da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Jacqueline Cora entende que as opções levam em conta aspectos particulares de cada um, mas que adquirir conhecimento antes de tomar decisões é crucial:
— É preciso avaliar sua tolerância ao risco e o quanto pode arriscar esse recurso. O mercado financeiro pode gerar retorno, mas também comprometer o capital. Vejo pessoas que olham para o mercado e veem um espaço que todo mundo ganha dinheiro, mas ganha quem busca conhecimento e entende melhor as variáveis. Hoje é o momento de conhecer mais até para conseguir interagir com corretores e gerentes de banco e assim entender as indicações — recomendou.
Locação aquecida e imóveis novos com tendência de aumento
Presidente da Associação das Imobiliárias de Caxias do Sul (Assimob), Gabriel Rocha acompanha a forte demanda por locações de imóveis de um dormitório em Caxias do Sul. O produto, procurado principalmente por estudantes e casais jovens tem metragem de até 50 metros quadrados e valor um pouco mais caro quando o cálculo é avaliado pelo tamanho.
— A média dos apartamentos menores para locação é de R$ 55 o metro quadrado, com aluguéis que partem de R$ 1,8 mil e chegam até R$ 2,5 mil por mês. O aluguel de imóveis maiores, de até 120 metros quadrados e próximos ao centro tem custado de R$ 3 mil a R$ 4mil — citou.
Para quem pretende adquirir um imóvel, são os seminovos os mais procurados e que pela diminuição da oferta são encontrados com valores mais altos que os praticados no ano passado. De acordo com Rocha, o custo do metro quadrado em áreas centrais pode chegar até R$ 8,5 mil. Ou seja, um apartamento de cem metros quadrados, no Centro e bairros São Pelegrino, Exposição e Madureira pode custar até R$ 850 mil. Nos bairros, os valores da metragem podem reduzir em até R$ 2 mil.
O cálculo para decidir entre comprar e alugar deve, na opinião de Rocha, levar em conta o percentual da taxa básica de juros:
— Quando os juros estão em patamares mais altos, como ainda é o momento, uma aplicação financeira com dinheiro e o pagamento de uma locação podem parecer interessantes. Quando a gente chega num momento de tendência de baixa nos juros, o mercado imobiliário acaba se aquecendo, os imóveis acabam se valorizando e por consequência na questão patrimonial acaba sendo mais interessante ser o proprietário do imóvel, que tem um patrimônio em valorização.