O cenário de chuva, frio e temperatura na casa dos 19°C, nesta quarta-feira (24), em Gramado, destoa totalmente da estação do ano, mas, ao mesmo tempo, combina perfeitamente com as peças de outono-inverno expostas na Fenin Fashion. "Com esse tempo, o pessoal se anima mais a comprar peças pesadas", era o comentário entre os expositores durante a tarde.
O frio, aliás, é a grande aposta de quem participa da edição no Serra Park. Com previsão de um inverno mais rigoroso, diferentemente do registrado em 2023, o setor está empolgado.
— Tecnicamente, os lojistas estão com o inverno passado estocado, mas o pessoal está comprando. Estão apostando no frio. Todo mundo está acreditando em um grande inverno e se precavendo — diz o diretor da Fenin, Julio Viana.
Evandro e Marelaine Corso, da Detalhe Básico, de Flores da Cunha, estão entre os expositores que contam com o frio para vender os casacos femininos de lã que produzem. Mas também levaram peças de alfaiataria para os dias que não exigem peças pesadas.
A estratégia é a mesma de Miriam Albé, da Empório B, de Caxias do Sul: peças para frio intenso e para dias mais amenos: de casacos mais alongados a jaquetas de couro sintético em tons terrosos e pêssego, tendência da coleção.
— No ano passado, o lojista comprou bem peças de inverno. Neste ano, está comprando peças mais leves — completa Darlene Lopes Alves, diretora do Sindicato do Vestuário do Rio Grande do Sul (Sivergs) e proprietária da De Clari.
Os três empreendimentos integram a área reservada à moda produzida no Rio Grande do Sul, uma iniciativa do Sebrae.
Farroupilha marca presença
Além de uma área destinada somente aos empreendimentos gaúchos, a Fenin conta com o espaço Farroupilha na Moda. São 19 estandes subsidiados pela prefeitura de Farroupilha para que as marcas da cidade possam expor na feira.
Entre as empresas, todas selecionadas por meio de um edital da administração municipal, três shoppings. Um deles é o Centro de Compras de Farroupilha, que reúne 110 marcas.
— Somos um polo de moda e essa é a nossa primeira feira — diz Gicele Lentz.
Já o Farroupilha Center e o Shopping 585 participam da Fenin pelo segundo ano.
— Está melhor do que em 2023, já se nota. Na edição passada, viemos mais para divulgar, agora estamos preparados para fechar negócio — diz Tiago Triches.
Estandes disputados
Com mais de 800 marcas e grifes de todo o país e do Exterior, incluindo China e Índia, a Fenin é voltada para lojas multimarcas. Não é feita venda para pessoa física durante o evento. Na Fenin, os lojistas conhecem as coleções e fazem os pedidos.
Entre os estandes com maior movimentação nesta quarta-feira estava o de Susan Zheng, de São Paulo. Com sete anos no mercado, a marca se dedica à linha feminina e, no ano passado, lançou a coleção masculina. Uma das características da empresa é trabalhar com tricô e modal.
Segundo Boris Wei, muitos clientes antigos visitaram o estande nos dois primeiros dias de feira.
— Recebemos também novos clientes que gostaram e vão fazer testes com nossos produtos — conta Wei, acrescentando que a Susan Zheng tem clientes de todo o país, mas especialmente do Sul.
Outro estande disputado era o da Ana Gonçalves, de Jacutinga, sul de Minas Gerais. Há 20 anos participando da Fenin, a marca espera neste ano crescer 10% na geração de negócios na feira.
— Nossa expectativa é de crescimento por causa do fenômeno La Niña e frio a partir de abril — diz Luis Guilherme Gonçalves.
A Fenin já recebeu, entre terça e quarta, cerca de 5,5 mil pessoas. A feira ocorre no Serra Park até sexta-feira (26).
De olho na coleção primavera-verão
A Fenin em Gramado ainda não terminou — segue até sexta-feira (26)—, mas a edição de primavera-verão já está encaminhada. De 2 a 4 de julho, será em Balneário Camboriú e está 80% fechada. Mais da metade dos expositores presentes em Gramado está na edição do meio do ano. Conforme Julio Viana, a intenção para Balneário é agregar cama, mesa e banho, lingerie, moda praia e fitness.
A colunista viajou a Gramado a convite da Fenin Fashion.