A última grande data explorada pelo comércio caxiense antes do Natal espera superar as vendas do ano passado. A expectativa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) para o Dia das Crianças é que o aumento, em comparação com 2022, seja de 12,7%.
Se confirmado, será a única data comemorativa, até aqui, que o volume de compras vai superar as datas do ano que passou. Dia das Mães, dos Namorados e dos Pais tiveram vendas menores na comparação.
Para atingir o incremento esperado, a pesquisa encomendada pela entidade aponta que o desejo das crianças será atendido. Das 712 pessoas entrevistadas, 43,7% têm a intenção de atender aos pedidos, enquanto 29,5% pensam em adquirir produtos que atendam necessidades, como roupas, por exemplo.
Nas lojas de brinquedo — produto que tem 64% das intenções de compras — o movimento era intenso nesta terça-feira (10), antevéspera do Dia das Crianças. Na Estação dos Brinquedos, o gerente, Giedry Boldori, estima que só pela manhã mais de 400 pessoas tenham acessado o estabelecimento. No final de semana, a média ficou em mais de mil pessoas por dia e, segundo ele, 90% do público que entra na loja sai com a compra em mãos:
— As vendas estão bem maiores do que no ano passado, calculamos um saldo de até 30% a mais. Na data anterior se gastava até R$ 100 reais em brinquedos escolhidos pelos adultos. Esse ano eles chegam decididos procurando pelo que a criança pediu, o que também faz o tíquete médio aumentar, para mais de R$ 200 — contou.
Perto dali, na Rua Pinheiro Machado, a gerente da Superlegal Brinquedos, Cristiane Velho também percebeu o aumento na intenção de compras e espera que a consulta aos preços se reflita em vendas na quarta (11) e também na data comemorativa, na quinta (12).
— Por enquanto, vemos muita intenção, percebo que as pessoas ainda estão pesquisando preços. As vendas estão acontecendo, mas não tanto quanto no ano anterior. O gasto médio tem sido de R$ 180.
Pesquisa para dar subsídio aos lojistas
Apontado pelo estudo da CDL, o gasto médio dos caxienses com os presentes será de R$ 287,92. A pesquisa indica ainda os meios que levaram as escolhas do que presentear e até o sentimento que conduz a compra. Para 55% dos entrevistados, por exemplo, é o amor pelas crianças que motiva o gasto.
Os dados coletados dão suporte aos lojistas que passam a entender os padrões de consumo e dão subsídio para atender da melhor forma possível. O raciocínio é do gerente administrativo da CDL, Carlos Alberto Cervieri:
— Damos condições ao associado para criar estratégias de venda. Se o pedido parte da criança, o vendedor precisa conhecer seu público e dar atenção não só ao adulto, mas também pra quem é o fator decisivo na escolha do presente.
Desejo precisa caber no orçamento
Atender as expectativas das crianças nem sempre é fácil e para isso algumas estratégias têm sido usadas pelos pais, tios e padrinhos. Ir à loja sozinho, pesquisar preços e encontrar opções mais em conta estão entre elas. Todas foram utilizadas pelo casal Tiago Britto, 30 anos, e Jéssica Alves, 32, que gastaram R$ 200 em quatro presentes.
— Se for comprar o que eles querem, deixo o salário na loja. Temos três filhos, vão ganhar um tamagotchi (bichinho virtual) cada um, é um brinquedo do nosso tempo que eles viram esses dias em um desenho animado. Compramos ainda um jogo de montar para nossa afilhada. Precisamos achar soluções — justificou Jéssica.
A data também é motivo para incentivar o aprendizado dos filhos a andarem de bicicleta ou, no caso da mãe de Noah, três, de patinete. Bruna de Oliveira gastou R$ 249 no presente que vai fazer o filho poder acompanhar os primos na brincadeira.
— Ele já andava com o patinete dos primos, precisava de um pra ser dele. Vai ficar bem feliz — projetou Bruna.
Escolha de apenas 2,9% dos entrevistados pela pesquisa da CDL, artigos educativos como livros são encontrados na feira que acontece até este domingo (15), na Praça Dante Alighieri. Na manhã desta terça-feira (10), a clientela era basicamente formada por adultos acompanhados de crianças interessadas nas histórias.
Acompanhada da tia, a estudante Joana Grigoleto Volpini, 8, pediu para a avó um brinquedo, mas saiu feliz também com os livros presenteados.
— Ela vai acabar ganhando o que quer, mas sempre acho os livros uma boa opção — contou a psicóloga Luciana Gregoletto, 47.