O pão de trigo, popularmente chamado de cacetinho, foi o alimento de maior aumento na cesta básica de Caxias do Sul no mês de junho. Os dados são do levantamento do Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (Ipes) e do Centro de Ciências Econômicas e Sociais da Universidade de Caxias do Sul (UCS), divulgados na última sexta-feira (21). Segundo a pesquisa, os pãezinhos subiram de R$ 0,47 para R$ 0,55, uma alta de 17,69%.
De acordo com o economista e pesquisador responsável pelo estudo, Mosár Leandro Ness, o preço dos produtos alimentícios sofre alterações esporádicas, ou seja, gradativamente os valores são acumulados, mas absorvidos e acabam não sendo repassados aos consumidores.
— Porém, chega em um determinado nível em que é necessário fazer um reajuste. Com o cacetinho essa é a característica. O que ocorreu neste momento também tem a ver com a farinha de trigo, que já tinha sofrido ajustes, tanto altos quanto baixos, e que agora o aumento foi repassado ao cacetinho. Mês passado e retrasado, por exemplo, já havia tido uma prévia de que iria começar a aumentar —explica o economista.
Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria e de Massas Alimentícias e Biscoitos (Sindipan) do Rio Grande do Sul, Arildo Bennech, o preço do pão comumente sofre aumento uma vez por ano. Por este motivo, é comum que, quando haja o reajuste, chame a atenção dos consumidores.
— O valor do pão é impactado por diferentes fatores, que contribuem com essa alteração. Muitos insumos, como o trigo, quando são reajustados, também afetam no preço, assim como reajuste em energia elétrica, valor de exportação e demais fatores — conta o presidente.
A tendência para os próximos meses, conforme reforça o economista e o Sindipan, tanto para o valor do pão de trigo quanto dos demais itens da cesta básica, é de que o cenário fique estável e não sofra novos aumentos.
A cesta básica de Caxias do Sul no mês de junho passou a custar R$ 1.390,68 e é composta por 47 produtos. Desses, 26 registraram aumento no preço. O grupo de alimentos, que é o que mais tem peso na cesta básica, tem custo de R$ 1.012,11, um aumento de 13,99% em junho. Mesmo assim, como observa Ness, a inflação deste ano é menor que a de 2022.