Foi divulgado nesta sexta-feira (2) o preço mínimo do quilo da uva para o ano que vem. De 1° de janeiro a 31 de dezembro de 2023, o valor mínimo praticado deve ser de R$ 1,58 para os estados das regiões Sul, Sudeste e Nordeste. A quantia, que consta no Diário Oficial da União (DOU), representa um reajuste de 20,61% em relação a este ano, quando ficou determinada a cobrança de, pelo menos, R$ 1,31 por quilo.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que propôs o valor ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, reforça que a elevação acompanha o aumento nos custos de produção da uva industrial, influenciado principalmente pelos investimentos na cultura, como mão de obra, fertilizantes, agrotóxicos e embalagens. Para a Conab, o R$ 1,58 ao quilo possibilita ao viticultor arcar ao menos com as despesas em casos de crises de preços de mercado, contribuindo assim para que seja assegurada uma remuneração mínima aos produtores.
O presidente da Comissão Interestadual da Uva, Cedenir Postal, avalia que o valor ficou dentro do esperado, embora o custo de produção tenha sido um pouco acima do valor estipulado:
— No nosso ponto de vista, enquanto Comissão Interestadual da Uva, foi uma conquista que, pelos menos, faz frente aos altos custos que os produtores tiveram principalmente nos últimos dois anos.
A uva industrial, como o próprio nome sugere, é aquela vendida para a indústria para produção de suco e vinho. Conforme dados divulgados no fim de outubro, a safra de uva para industrialização deste ano no Rio Grande do Sul, cuja principal produtora é a Serra, teve uma queda de 7% em relação a 2021. Foram produzidos 683.766.221,61 quilos de uvas viníferas, americanas e híbridas. Os dados são do Sistema de Declarações Vinícolas (Sisdevin) da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural.