Os metalúrgicos de Caxias do Sul e região podem definir no sábado (25) de manhã se aceitam, ou não, a proposta de reajuste salarial de 12% para 2022. Em reunião nesta terça-feira (21), o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs) e o Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul chegaram à porcentagem após negociação de três horas. Para o sindicato dos trabalhadores da categoria, é importante que os metalúrgicos participem da assembleia para votar sobre a proposta.
— Pedimos que os trabalhadores e trabalhadoras venham na entidade, para conversarmos, para mostrarmos como foi a conjuntura para chegar no índice. Sei que estávamos na luta e queríamos os 15%, mas negociamos e chegamos aos 12%. Peço que os trabalhadores e trabalhadoras participem da reunião, que vai ser muito importante — justifica Paulo Andrade, presidente em exercício do Sindicato dos Metalúrgicos.
Antes da reunião, que foi a segunda rodada da negociação do dissídio coletivo, o Sindicato dos Metalúrgicos tinha apresentado um pedido de 15% para o Simecs. A proposta de 12% também vale como reajuste de benefícios, como o auxílio creche e o quinquênio, e para o piso da categoria.
Sobre as causas sociais, como equiparação de salários para homens e mulheres de mesma função e lavagem de uniformes por parte da empresa, que foram propostas pelo sindicato dos trabalhadores, a negociação definiu em não alterar o estatuto.
Paulo José Medeiros, vice-presidente do Simecs, explica que os últimos dois anos trouxeram desafios para as empresas com a pandemia e agora, soma-se ao aumento nos preços de matéria-prima, insumos e fretes. Por isso, as indústrias procuraram um reajuste que fosse aproximado ao acumulado de 12 meses da inflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — que foi de 11,90% em maio, como divulgado pelo IBGE.
— Um percentual de 15% inviabilizaria qualquer negociação e conseguimos chegar em um número que nos parece ser um mais equilibrado, próximo ao INPC, e dentro de uma realidade que fosse compatível com a maioria das empresas. É um percentual alto para nossas empresas, mas as empresas também estão sensíveis que o índice nacional de preços é alto, e o nosso trabalhador precisa recompor o seu poder aquisitivo. Então, juntos, o Sindicato dos Trabalhadores também foi sensível a essa realidade, a gente chegou num número que é um pouco acima do INPC, mas que vai atender a necessidade de trabalhadores e empresas — explica Medeiros.
Se aceito, o reajuste salarial passa a contar a partir de junho, data-base para negociação do dissídio. Ou seja, estará na folha salarial de julho. A assembleia geral será em formato híbrido, com os metalúrgicos podendo participar presencialmente no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul (Rua Bento Gonçalves, 1513) ou pela internet, em link que ainda será divulgado pela entidade.
A assembleia geral terá duas chamadas, com a primeira às 9h30min e, a segunda, às 10h. Depois, os metalúrgicos podem votar a proposta que foi definida na negociação do dissídio.