O anúncio de que o preço do gás natural liquefeito de petróleo (GLP) seria reduzido a partir do último sábado (9) mexeu com as expectativas do consumidor que segue tendo que desembolsar mais de R$100 pelo botijão de 13kg em Caxias do Sul.
Na sexta-feira (8) a Petrobras informou que a redução média seria de 5,5% e passaria a valer já no sábado (9) nas refinarias da estatal. A mudança, segundo a companhia, acompanharia a evolução dos preços internacionais e das taxas de câmbio que se estabilizaram em patamar inferior ao GLP, mas na prática, os novos valores ainda não começaram a ser praticados.
Com valores que variam, caso o produto seja entregue em casa ou retirado nas distribuidoras, o preço médio do botijão de 13 quilos na cidade é de R$111,60 quando comprado diretamente nos locais. Este valor é muito similar a setembro de 2021, quando a reportagem encontrou o produto a R$ 115. Atualmente, para quem optar pela tele-entrega, o valor do botijão de gás aumenta 12,90% e passa a ser cobrado em média a R$126 em cinco dos locais pesquisados, em diferentes regiões da cidade.
Em uma distribuidora, no Centro de Caxias, é possível comprar o GNP à R$109, desde que à vista. O proprietário, Gilberto Tondin aguarda para quarta-feira (14), quando fará a próxima compra se de fato a companhia irá repassar o reajuste.
—Eu não preciso acabar com o estoque pra reduzir o preço. Quando, e se, a companhia mudar o preço, será revertido para o consumidor — afirmou Tondin que trabalha com o mesmo valor desde o mês passado, quando o gás de cozinha sofreu aumento de 16%.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o botijão de 13 quilos era vendido na semana de 27 de março a 2 de abril ao preço médio de R$ 113,63 no território nacional, com o preço mais alto atingindo R$ 160. Em Caxias do Sul, o maior valor médio encontrado foi de R$ 115.
Os distribuidores, que seguem a tabela aplicada pelas companhias, ficaram sabendo da redução pela imprensa, porque no contato com os fornecedores ainda não chegaram informações de diminuição no preço. O sócio proprietário de uma distribuidora do Bairro Nossa Senhora do Rosário, Patrick Nascimento não acredita que o preço reduza nos próximos dias.
—Se eu fosse repassar tudo que a companhia aumenta, o gás já estaria quase R$200. Trabalhamos de segunda a segunda, das 8h às 20h. Se diminuírem o preço será centavos, não vai chegar ao consumidor — justificou Nascimento.
"Quando anunciam que vai baixar demora pra que se reflita na nossa compra"
A redução é aguardada com ainda mais expectativa por quem utiliza o gás em seu estabelecimento comercial, como é o caso do restaurante de Lucas Camelo, 33. O custo médio mensal é de R$ 1,2 mil para consumo de três botijões de 13 quilos usados por semana.
—Se esse valor fosse reduzido em 5% que seja, trabalharíamos mais tranquilos. A redução daria um fôlego, vemos tudo aumentar, e quando anunciam que vai baixar, demora pra que se reflita na nossa compra — lamentou.
Revendedora no bairro São José, Juliana Vieira Silva se pergunta porquê da demora em efetivamente reduzir os preços, já que o anúncio partiu da própria Petrobras na semana passada. Segundo ela, desde sexta-feira já chegaram novos botijões para o estoque, mas com o mesmo valor de sempre.
— Quando passaram o reajuste de aumento, no primeiro descarregamento já veio mais alto o preço. E dessa vez que diminuiram, até agora nada (não baixou o preço), vamos ver ao longo da semana.