Quem acompanha de perto a divulgação do Desempenho da Economia da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias), que ocorre mensalmente, conhece a expertise de Joarez José Piccinini na avaliação macroeconômica. Por isso, tem sido providencial por parte da CIC, abrir espaços sazonais para a participação do diretor-superintendente de Serviços Financeiros e Relações Institucionais das Empresas Randon e também diretor de economia da entidade para que possa discorrer sobre o tema – que muito interessa aos empresários da região.
Na reunião-almoço de ontem, Piccinini, disparou, do alto de sua classe:
— O mundo não vai acabar, nós já sobrevivemos a outras crises, não será uma volatilidade em função da eleição que vai nos tirar do trilho — aposta.
Entre as orientações que Piccinini passou à plateia estão: manter disponibilidade de caixa; evitar tomada de empréstimos para capital de giro de curto prazo, alongar o perfil da dívida; aplicar com segurança a sobra de caixa; manter investimentos em qualificação de pessoas e inovação; controlar gastos com implementação de sistemas e processos automatizados e diversificar e fonte de abastecimento de matérias-primas e insumos.
Pelo menos, na sua visão, esta tem de ser a posição de quem empreende. Por outro lado, o que torna esse cenário ainda mais antagônico é justamente o papel do poder público. Se de um lado, enumerou Piccinini, o Brasil é a 12ª maior economia do mundo. De outro, salienta o superintendente da Randon, o atual cenário revela incertezas de toda ordem, desde déficit fiscal, passando por instabilidade de inflação e câmbio, além da conhecida insegurança jurídica e educação precária.
Para Piccinini, se o governo priorizasse as privatizações, o Brasil conseguiria recuperar parte da competitividade e amenizar o tal Custo Brasil.
— O Brasil tem crescido muito menos do que seu próprio potencial em razão do atraso em reformas importantes. É o ônus que nós temos com a máquina pública, com os impostos elevados e com a infraestrutura ineficiente e onerosa. Não vai ser da noite para o dia, mas nós temos condições de ser a quinta, a sexta economia do mundo — defende.