Em Farroupilha, o clima é de consternação com a morte de um dos principais empresários da cidade. Adelino Colombo fundou a Lojas Colombo no município, onde continuou a residir mesmo depois de prosperar nos negócios. Nos últimos anos, andava mais recluso por conta da idade, mas segue lembrado pela humildade no tratamento com os diferentes públicos.
— Uma pessoa sensacional, muito humilde, tratava todo mundo bem. Sempre na paz — conta Ivete Deitos, uma das proprietárias de um restaurante que ele costumava frequentar.
O garçom Rômulo Brum Sokoloski conta que o empresário reduziu as idas ao local por causa da pandemia, mas antes ia com frequência aos sábados e tinha entre os pratos preferidos massa carbonara, que pedia para servir direto da cozinha, além de costela a tambaqui.
— Ele pedia suco de uva e a sobremesa era sempre ambrosia. Ah, sempre deixava gorjeta — conta o garçom, que também trabalhou em eventos fechados na casa de Colombo, em encontros com outros cinco empresários da região, o que chamavam de confraria.
Pelas ruas de Farroupilha, é possível encontrar quem o conhecesse desde antes do progresso como comerciante.
— Eu conhecia o seu Colombo há mais de 60 anos. Ele trabalhava no armazém do meu padrinho. Depois, acompanhei a história dele, mesmo quando estive fora da cidade — conta o contabilista aposentado Romeu Gardini.
Não só Adelino como a família dele permanecem muito ligados à cidade. Em um dos bares mais frequentados do centro do município, o empresário não era presença frequente, mas um dos filhos costuma ir ao local.
— Gostava muito dele. Fiquei muito triste, apesar de não termos muita proximidade. Ele era muito dedicado à empresa, era muito do trabalho — conta a proprietária do bar, Lourdes de Cesaro.
Aliás, é difícil encontrar alguém que não tenha alguma ligação ao menos com o negócio de Adelino Colombo. A Lojas Colombo é ponto certo de compras entre os farroupilhenses.
— Sempre comprava aqui. É um lugar que o que tu compra tem qualidade. Com certeza, a comunidade inteira fica triste. Uma pessoa que começou praticamente do nada e chegou onde chegou — comenta o agricultor Gilmar Cecatto, ao passar em frente a loja número 1.
Ao lado, a gerente de uma loja de roupas lembra que nos últimos anos, Colombo estava mais recluso, mas que antes era comum vê-lo pela circulando pela cidade.
— Sempre foi muito de cumprimentar. Muito humilde. Ele era meu ídolo, uma inspiração. É um dia triste para a cidade — comenta Cléa Sommer.
Na funerária, onde o corpo será velado, as encomendas de flores chegam de todo o país e as ligações para saber informações sobre o velório e o sepultamento não param. Todos os atos fúnebres serão reservados à família.