O Índice de Preços ao Consumidor do Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (IPC-Ipes), que mede a inflação em Caxias do Sul, variou 7,69% entre julho de 2020 e julho de 2021. Pesaram no bolso do consumidor custos importantes, como habitação (3,41%), alimentação (2,18%), saúde e higiene pessoal (1,70%), transporte (1,66%) e vestuário (1,52%). Os dados fazem parte de um relatório divulgado nesta quarta-feira (18) pelo Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais da Universidade de Caxias do Sul (Ipes).
Em julho, em comparação com o mês de junho, o IPC-IPES avançou 0,73%. Do total de 320 subitens que compõem a estrutura do Índice de Preços ao Consumidor, 106 aumentaram de preços, 106 tiveram os valores reduzidos e 108 permaneceram iguais. No relatório, assinado pelo economista Mosár Leandro Ness e pelo diretor do Ipes, Roberto Birch Gonçalves, a avaliação é de que existe um impacto importante do aumento da energia elétrica que apresentou um reajuste de mais de 5,92%. Os professores pontuam outros pontos que exercem pressão sobre a inflação no contexto nacional.
“Os impactos de 2020 ainda irão ser sentidos por um tempo relativamente grande, a desorganização nos preços pode ser atribuída ao efeito das medidas de restrição adotadas ao longo da pandemia, que paralisou a produção e provocou o desabastecimento de diversos bens intermediários utilizados na produção. Contudo, essa não é a única culpada pela elevação dos mesmos, o impacto da desvalorização cambial também já foi em parte absorvidos pelos preços domésticos. Com a elevação da taxa Selic, o câmbio vem dando sinais de valorização do Real frente ao dólar o que deverá provocar uma desaceleração dos preços domésticos nos próximos meses. O problema agora reside nos preços administrados pelo governo, que vem se elevando acima da inflação”, argumentam os professores, em trecho do texto que explica o motivo do aumento dos preços.
Cesta básica avança 0,16%
O preço da cesta básica de Caxias, também divulgada pelo Ipes nesta quarta-feira (18), revela que o morador da cidade tem que desembolsar R$ 1.019,17, em média, para comprar os 47 produtos que compõem a base da pesquisa. O resultado representa uma alta de 0,16% em relação a junho, quando custava R$ 1.017,50.
No período, 21 produtos aumentaram de preço, 22 tiveram redução e quatro permaneceram inalterados. Os cinco produtos que mais contribuíram positivamente para a variação do custo da cesta básica caxiense, entre junho e julho, foram o botijão de gás, o xampu, o salsichão, a alface e o óleo de soja. Pela redução de preços, destacaram-se a maçã nacional, o mamão, o tomate, a laranja e o pão de forma.