Apesar das pequenas oscilações, o preço do gás de cozinha em Caxias do Sul fica próximo dos R$ 100, com a entrega. É isso que aponta um levantamento realizado pela reportagem, na segunda-feira (21), com 10 revendas em diferentes pontos da cidade. O custo mais alto encontrado foi de R$ 105 e o mais baixo de R$ 95 (confira pesquisa abaixo).
Se o consumidor optar por retirar o botijão no ponto de venda, conseguirá encontrar valores mais baixos, entre R$ 80 e R$ 100. As empresas também têm promoções, como cupons de desconto e a cartela de fidelização dos clientes. Outras apostam na qualidade do produto como diferencial no mercado. A maioria das pesquisadas repassou aos consumidores o aumento mais recente do Gás Liquefeito de Petróleo, anunciado pela Petrobras no último dia 11. Com isso, o gás de cozinha passou a ser negociado nas refinarias a R$ 44,20.
— Como é um produto de uso comum, o que complica bastante é que tem tido um aumento atrás do outro. Temos sofrido aumentos a cada 20 dias ou menos. Isso tem influenciado bastante no preço final e a gente não consegue mais segurar — explica Jefter William Macedo, gerente da Libergás, no bairro Desvio Rizzo, em Caxias.
A empresária Ketlin Rodrigues, sócia da Casa do Gás, no bairro Santa Fé, diz que foram 18 aumentos repassados aos revendedores desde maio de 2020. Segundo ela, o preço do botijão de gás praticado na empresa dela no quinto mês do ano passado era de R$ 88. Agora, com a entrega, chega a R$ 102. Ketlin conta que existe até uma certa dificuldade em explicar esses constantes aumentos aos clientes:
— Esse último, não foi difícil explicar, porque foi bastante divulgado, mas a gente está tendo reajuste mensalmente, nem todos tão elevados assim. Esse é o que a gente consegue passar (o aumento) — justifica.
O empresário Ronaldo de Lima, proprietário do Pioneiro Comércio de Gás, no bairro Pioneiro, explica que a variação dos preços é, em parte, absorvida pelas empresas:
— A gente tem que negociar muito o preço (com o fornecedor). A gente não consegue repassar todo o reajuste que vem e a margem acaba diminuindo um pouco também — explica.
Economizar até na hora do banho
Item básico na cozinha da maioria dos brasileiros, o botijão de gás tem pesado no orçamento das famílias. Com o preço na casa dos R$ 100, o custo é praticamente 10% do valor do salário mínimo. Os aumentos recorrentes exigem estratégias para diminuir os gastos, mas nem sempre é possível. Na casa do representante comercial Ederson da Silva, de Caxias do Sul, os botijões são usados também para aquecer a água de dois chuveiros e da pia da cozinha.
Na residência, moram ele, a esposa e um filho. Entre as formas de diminuir o consumo, Silva explica que os banhos tiveram o tempo reduzido, mesmo assim, a média tem sido de consumo de dois botijões a cada 20 dias:
— É complicado, porque cada vez que a gente liga (na revenda) é um preço diferente. Ainda que o pessoal é bem acessível, vendem ao preço velho na primeira compra após o reajuste e só depois repassam o aumento — conta o representante comercial, que é cliente recorrente de uma revenda específica.