Há três meses consecutivos a economia caxiense tem demonstrado estar em um processo de recuperação. Um dos índices mais relevantes é a empregabilidade, não apenas por atestar que as empresas estão com uma maior demanda. Mas, também, porque recoloca no mercado formal pessoas que antes alimentavam a triste estatística do desemprego.
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Só em setembro, mês referente ao último levantamento do Ministério da Economia, publicado na quinta-feira (29), no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Caxias do Sul contratou 5.645 trabalhadores. Destes, 2.464 atuam na indústria, 1.682, no setor de serviços e, 1.277, no comércio. O saldo, que é resultado de admissões menos as contratações, ficou em 942. É o maior índice desde julho, quando foi verificado o primeiro mês positivo desde o início da pandemia, em março. Em julho, o saldo foi de 5 empregos e, em agosto, de 401 trabalhadores.
Quando se observam os saldos, por setor, em Caxias, percebe-se uma distribuição bastante equânime entre indústria (335), comércio (314) e serviços (255). Para a economista e professora da UCS, Maria Carolina Gullo, surpreende o fato de o setor industrial puxar essa estatística. Por um lado, é natural, porque Caxias é uma cidade industrial, reconhece. No entanto, excetuando-se o contexto da pandemia, no final do ano a tendência do setor, tradicionalmente, é de demissões. Movimento que é inverso ao que se verificaria normalmente no comércio e serviços, cujas demandas são maiores nessa época.
– A retomada da indústria está condizente com a nova realidade. Cada vez mais, o setor está mais automatizado, com mais tecnologia. Por isso, as contratações ocorrem em períodos de maior demanda, como é o que está ocorrendo nesse momento. Alguns segmentos, como o de embalagens estão bastante aquecidos, só não estão melhor porque está faltando papelão. O mesmo tem ocorrido com os segmentos moveleiro e da indústria de plástico com a falta de insumos e matéria prima – explica Gullo.
Para a economista, que acompanha mensalmente a publicação desses relatórios, é com bons olhos que ela vê a recuperação do setor de serviços. Porque este tem sido o mais impactado com a crise, pois muitas das suas atividades não puderam mais ser realizadas.
– Esse é um setor muito heterogêneo em que, por exemplo, está inserido o segmento de logística, que tem aumentado a demanda durante a pandemia, com a necessidade de um maior número de entregas.
O único setor com saldo negativo é o da agropecuária. Em setembro foram 19 contratações contra 29 demissões, com um saldo de -10.
– Os setores de serviços e agropecuária são muito sazonais. Tem momentos do ano em que se demite mais e, outro, em que se contrata mais. Na agropecuária, logo teremos um movimento maior de contratações, porque logo começa o plantio de algumas culturas, e a colheita, de outras, como é o caso da uva – observa Gullo.
SALDO DO EMPREGO NO BRASIL
Admissões: 1.379.509
Desligamentos: 1.065.945
Saldo: 313.564
SALDO DO EMPREGO NO ESTADO
Admissões: 85.172
Desligamentos: 69.412
Saldo: 15.760
SALDO DO EMPREGO EM CAXIAS
Admissões: 5.645
Desligamentos: 4.703
Saldo: 942
SALDO POR SETOR EM CAXIAS DO SUL
Indústria
Admissões: 2.464
Desligamentos: 2.129
Saldo: 335
Estoque: 61.152
Agropecuária
Admissões: 19
Desligamentos: 29
Saldo: -10
Estoque: 1.866
Comércio
Admissões: 1.277
Desligamentos: 963
Saldo: 314
Estoque: 26.472
Construção
Admissões: 203
Desligamentos: 155
Saldo: 48
Estoque: 4.378
Serviços
Admissões: 1.682
Desligamentos: 1.427
Saldo: 255
Estoque: 51.112
Fonte: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, com dados de setembro.