Com as restrições operacionais dos restaurantes impostas pelas regras de isolamento e o receio de parcela da população em sair de casa, os supermercados devem ser os grandes beneficiados pela mudança de hábito dos consumidores. Tanto que o movimento já foi grande no fim da semana e não deve ser diferente neste sábado (9) nos estabelecimentos de Caxias.
Embora afirme que o momento não é favorável a projeções, devido às incertezas causadas pela pandemia, Eduardo Slomp, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Caxias do Sul (Sindigêneros), aposta em uma alta de 5% a 10% em relação ao ano passado. A maior parte desse fluxo, segundo ele, é esperado justamente neste sábado. Carnes e tortas devem ser os itens mais vendidos. Já os presentes ficaram mesmo a cargo dos lojistas, porque, diferentemente da Páscoa, os supermercados não trabalham com muitos produtos relacionados à data.
— Considerando que as pessoas estão sem dinheiro com tudo o que está acontecendo, esses 10% significam 30%. O Dia das Mães é o segundo melhor dia do ano para os mercados. O primeiro é o Natal. Neste ano, a Páscoa foi melhor do que esperávamos. Vamos ver o que acontece — analisa.
Entre as apostas de Slomp para as famílias buscarem o supermercado em vez dos restaurantes em 2020, está a não exposição das mães ao desconforto de esperar pelo atendimento, além das próprias restrições para evitar o alastramento do coronavírus. Outra constatação que anima o setor em plena pandemia é o destino dos R$ 600 do Auxílio Emergencial, pago pelo governo a trabalhadores autônomos e informais impactados pela paralisação das atividades.
— Os R$ 600 que estão entrando estão indo para as pessoas que realmente precisam e vão direto para a alimentação — observa Slomp.
A projeção do Sindigêneros vai na mesma linha do Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria (Segh), que também aposta que o almoço de Dia das Mães deve ser em casa para a maioria das famílias. Alguns empresários do setor projetam queda de até 70% em comparação ao ano passado. Desde o início da pandemia a queda do faturamento do setor chegou á faixa de 70% a 90%.