Após quatro anos de retração, o primeiro trimestre de 2018 foi de boas notícias para o polo moveleiro de Bento Gonçalves. Impulsionado pela Movelsul, que aconteceu em março, o faturamento nominal de janeiro a março cresceu 4,1% na comparação com igual período do ano passado. No Estado, o ritmo de retomada está ainda mais acelerado, com crescimento de 6,3%. Não há dados consolidados sobre a produção da indústria moveleira de Bento, mas no Brasil, a alta foi de 8,9%
As mais de 300 empresas do setor no município devem faturar R$ 1,88 bilhão neste ano, conforme estimativa do Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis), crescimento de 3%. Será o primeiro passo para recuperar o espaço perdido durante a crise. Mesmo assim, a caminhada até o patamar de negócios pré-crise deve ser longa. Entre 2014 e 2017, a receita anual do polo caiu 30,7%, saindo de R$ 2,54 bilhões para R$ 1,76 bilhão. A expectativa do presidente do Sindmóveis, Edson Pelicioli, é de que o pico de produção só voltará a partir de 2022.
— O primeiro semestre de 2017 foi o fundo do poço e no segundo começou a haver recuperação. Temos uma expectativa de retomada, mas ela vai ser lenta e gradual — projeta Pelicioli.
Responsável por quase um terço dos móveis fabricados no Rio Grande do Sul e por 5% da produção nacional, a indústria moveleira de Bento precisou se reinventar. Muitas empresas cortaram empregos, buscaram fornecedores mais baratos e reduziram investimentos. Durante a Movelsul era visível a mudança de perfil da produção, com móveis mais versáteis e baratos.
A queda de 1,5% das vendas no varejo brasileiro no primeiro trimestre do ano, retrata que o momento ainda é de cautela. O setor ainda enfrenta dificuldades, apesar dos índices positivos de produção. A expectativa do Sindmóveis é que o desempenho mantenha níveis positivos até o fim do ano, consolidando a retomada do setor, cuja confiança foi reforçada pelos bons negócios gerados na Movelsul Brasil 2018.
Destaque para a exportações
De janeiro a abril deste ano, as exportações aumentaram 20,5% ante o mesmo período de 2017. O crescimento é superior ao RS e Brasil, onde a alta foi de 12,1% e 14%, respectivamente.
Os principais países responsáveis pelo desempenho são o Uruguai, que assume a primeira posição como maior importador dos móveis do polo de Bento Gonçalves, além de Colômbia, Arábia Saudita, México e Equador. No Equador, as negociações cresceram sete vezes nesse período, em relação aos quatro primeiros meses de 2017.
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