Comemorando 20 anos de existência em 2018, a Feira Ecológica de Caxias do Sul é testemunha da expansão do mercado de orgânicos nos últimos anos. Diversos produtores que participam desde o início mencionam que o público consumidor aumentou substancialmente nestas duas décadas.
A agricultora Andrea Basso, uma das coordenadoras da feira, destaca que, nos primeiros anos, cerca de 100 pessoas frequentavam cada edição. Hoje, o público dificilmente baixa de 1 mil pessoas a cada sábado.
– Uma vez eu vinha para a feira e sobrava pêssego. Tinha que processar e fazer geleia. Agora não, chega até a faltar pêssego – compara.
Entre os consumidores assíduos está o casal Carlos Castillejo e Margarete Oselame, que há oito anos compra alimentos dos produtores orgânicos.
– Não há outra saída. O orgânico é saúde – sentencia Carlos, segurando uma cesta repleta de chuchu, batata e temperos, entre outros.
Com mais público na feira, a renda dos produtores acabou aumentando. O agricultor Gerson Peter, da Ecomorango, de Bom Princípio, destaca que o incremento é notório desde que começou a expor em Caxias.
– Dependendo do dia, conseguimos R$ 4 mil a R$ 5 mil por feira. No início, nos anos 2000, não vendíamos mais de R$ 250 por dia – lembra Peter.
Entre os agricultores de orgânicos, há um sentimento em comum: o nicho de alimentos sem agrotóxicos ainda tem muito potencial para crescer. O produtor Maique Kochenborger, da Ecocitrus, destaca que o consumidor deve, aos poucos, mostrar maior disposição para abrir a carteira e comprar orgânicos.
– O pessoal ainda não tem a consciência de que comprando orgânico vai regrar um pouco mais a saúde e não vai precisar ir à farmácia. Esse público vai acabar vindo para o orgânico. E quando vier, vai faltar alimento (na feira) – projeta.