Pela primeira vez em quatro anos, a produção industrial do polo moveleiro de Bento Gonçalves fechou 2017 no positivo: 4,4% se comparado com 2016. Foram criados 2.847 novos postos de trabalho, e as exportações do setor cresceram 8,9%. E a estimativa para este ano continua em alta. A expectativa do Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis) é de crescer mais 3% .
Entre as apostas do segmento, está a realização da Movelsul Brasil, que acontece de 12 a 15 de março. Pelo menos 200 fabricantes de mobiliário residencial, corporativo e complementos já estão preparando as novidades para a feira.
O presidente do Sindmóveis, Edson Pelicioli, não arrisca o volume de negócios, mas pontua que a feira terá papel fundamental para a retomada da confiança do varejo nacional e no mercado externo. No Projeto Comprador, 50 lojistas e distribuidores estrangeiros foram convidados para negociar com indústrias e designers.
— Vai ser a feira da retomada do setor — garante o presidente da entidade.
Exportações
O setor também comemora os bons negócios em exportações. Dados levantados junto ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, apontam que as empresas de Bento exportaram US$ 38 milhões em 2017, o que representa crescimento de 8,9% em relação a 2016. O desempenho foi superior às exportações de móveis do Rio Grande do Sul, que tiveram incremento de 4,9% no período, e do Brasil, onde o crescimento foi de 6,9%.
Os melhores resultados foram obtidos no Uruguai, Chile, Argentina, Colômbia, Panamá, México, Paraguai e Estados Unidos. Destaque ainda para o incremento de exportações para a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Índia. O polo moveleiro de Bento envolve 300 empresas sediadas no município, além de Monte Belo do Sul e Santa Tereza.
Para o Sindmóveis, o resultado é animador, considerando que as vendas no mercado interno tiveram queda de 5% no ano passado.
Competitividade
Para o presidente Pelicioli, o contato com as exigências e peculiaridades do mercado internacional torna as empresas ainda mais competitivas também no mercado doméstico, promovendo o desenvolvimento de todo o setor moveleiro.
— Acreditamos que o tamanho do mercado internacional e o potencial da indústria moveleira mais do que justificam o investimento nas exportações e negócios internacionais.
Além das ações comerciais que servem como ferramenta competitiva para os lançamentos da indústria moveleira, o sindicato conta com um comitê internacional, que estuda e fomenta oportunidades para o polo moveleiro no mercado externo. Esse grupo também atua como fórum de discussão de estratégias para superar as dificuldades do mercado internacional e desenvolvimento de ações para o setor moveleiro.