Trabalhadores da Marcopolo votaram nesta semana a forma de compensação dos oito dias em que ficaram parados no início do mês passado, após o incêndio que atingiu a unidade de plásticos do bairro Ana Rech em Caxias do Sul, em 3 de setembro. Foi aprovada, com 58% dos votos, a recuperação das horas, em 80% com trabalho aos sábados, e em 20% com treinamentos. De acordo com o diretor de Recursos Humanos da fabricante de ônibus, Thiago Deiro, serão cinco sábados trabalhados, começando em outubro, com mais dois sábados em novembro e outros dois em dezembro. O acordo já foi homologado pelo Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos.
Para evitar que os funcionários das duas unidades de Caxias, Ana Rech e Planalto, ficassem mais tempo parados, boa parte dos trabalhadores entrou em férias coletivas. Com isso, a previsão da companhia é de que o recesso dos últimos anos, que costumava ocorrer no mês de dezembro, seja suspenso neste ano. A última vez que isso ocorreu foi em 2013, antes da crise.
O diretor da Marcopolo destaca que a compensação de horas será importante para atender pedidos.
— Muitas empresas precisam renovar a frota de ônibus para atender a demanda de fim de ano. Se não conseguimos atender no prazo, os compradores reavaliam — explica Deiro.
Embora a retomada da normalidade de toda a produção esteja prevista para o final do mês ou início de novembro, ele destaca que o volume nas linhas de entrada de produção voltou aos patamares de antes do fogo consumir a unidade de plásticos. Isso representa uma média de 18 unidades por dia.
Os cerca de 600 trabalhadores da unidade de plásticos foram realocados para outras áreas da própria fábrica em Ana Rech. O pavilhão da modelagem está sendo utilizado. O comitê de gestão de retomada também coordena o projeto de readequação da unidade da Neobus. A fabricante de ônibus foi incorporada pela Marcopolo em 2016. A estrutura está sendo trabalhada para produzir ferramentais.
Além disso, há trabalhadores do setor de plásticos atuando dentro de empresas parceiras no fornecimento de moldes e materiais que eram produzidos no pavilhão que pegou fogo.
Ainda não há previsão de demolição para estrutura incendiada e a empresa segue em tratativas com a seguradora.