O último aumento do gás de cozinha de 12,9% anunciado pela Petrobras no dia 10 de outubro já chegou até a maioria das revendas de Caxias do Sul. Em pelo menos três dos depósitos pesquisados pelo Pioneiro, o preço já chegou a R$ 80. E a previsão dos revendedores é de que, até o final o ano, o botijão chegue a R$ 100.
Este ano, o gás de cozinha (GLP) já aumentou 51,5% para uso residencial nas refinarias, segundo dados da Petrobras. Este é o segundo aumento do tipo em menos de um mês. No ano, foram seis reajustes, sendo que cinco deles foram de alta.
Edson Lima, proprietário da Liquigás do bairro Pioneiro diz que "segurou" o preço enquanto foi possível, mas não deu mais. As vendas, segundo ele, reduziram cerca de 30%:
—Não temos como absorver os reajustes e os clientes estão reclamando muito. Vendíamos até o mês passado, cerca de 250 botijões por dia. Hoje vendemos menos de 180 — enfatiza.
O sócio- proprietário da Estrela Comércio de Gás, Ademir Anici, também reclama dos aumentos deste mês anunciado pela Petrobras.
— Em dois reajustes , o índice chegou a quase 20%. Não temos como segurar o preço. Todos perdem: as revendas e os consumidores — ressalta.
Ezequiel Conceição, proprietário da Central Gás, diz que os clientes reclamam muito, mas que não tem muito o que fazer.
— Estamos trabalhando com a margem no limite. Quando a entrega é perto da revenda, dá para reduzir um pouco o valor, mas em outros bairros o custo se eleva com o transporte.
E deve piorar. A assistente administrativo da Supergasbrás Sheila Modesto assegura que os rumores no setor são de que até o final do ano, o botijão chegue a R$ 100.
Vale a pena pesquisar
Algumas revendas de Caxias ainda permanecem com o valor antigo e não repassaram para os clientes os ajustes de outubro. A diferença entre uma revenda e outra (ver tabela) pode chegar a R$ 15. É o caso da Libergás. Nesta loja, o botijão ainda custa R$ 65. O objetivo é se manter competitivo no mercado. Pelo menos até o final desta semana, este valor deve se manter, segundo o proprietário, Daniel Galimberti.
— Reduzimos a margem de lucro e estamos negociando preço com os fornecedores — revela o empresário.
Além disso, está tentando manter os clientes e não reduzir tanto a venda diária.
A mesma estratégia está sendo mantida pela proprietária da Ultragaz do bairro Fátima, Lore Silveira. Ela conta que assim que foi anunciado o reajuste de 12,9% passou a cobrar R$ 70 pelo botijão de 13 quilos. Mas sentiu as vendas caírem drasticamente e as reclamações dos clientes aumentarem.
—Tivemos que reduzir o preço para R$ 68 porque não estava vendendo. Precisamos recuar na margem de lucro. Vale a pena ganhar menos e vender mais —conta a empresária.