Cerca de 70 funcionários da empresa caxiense Guerra protestam em frente ao Fórum da cidade na manhã desta quinta-feira. Os manifestantes solicitam uma posição da Justiça referente ao processo de recuperação judicial da empresa, que está em andamento.
Conforme um dos organizadores do ato, o técnico em mecânica de manutenção Márcio Goulart, 41 anos, as ações anteriores em frente à fábrica não tiveram resultados.
– A empresa alega que não tem recursos, não adianta pedir resposta lá. Estamos tentando conversar com alguém para saber se enquanto tramita a ação não é possível liberar algum recurso para os trabalhadores – diz.
A Guerra encerrou as atividades em maio, sem pagar os direitos trabalhistas devidos. Quem julga a ação de recuperação judicial da empresa é a juíza Cláudia Brugger, da 4ª Vara Cível de Caxias do Sul.
A mobilização da manha desta quinta foi organizada de forma autônoma pelos trabalhadores da empresa, que estão desde abril sem receber.
– Estamos em uma situação crítica. Quem não recebe ajuda de familiares tem que vender coisas dentro de casa para se virar. Eu mesmo não estou conseguindo manter meu apartamento. – relata Goulart, pai de três filhos.
Os manifestantes também solicitam a liberação para que possam rescindir contrato com a empresa. Na quarta-feira, o Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias convocou assembleia propondo uma ação coletiva de rescisão de contrato por culpa da empresa, para cobrança das verbas rescisórias, liberação do seguro-desemprego e do FGTS. Os trabalhadores decidem se entram com a ação até esta sexta-feira.
Decisão pode sair em 30 dias
A assessoria da juíza Cláudia Brugger, da 4ª Vara Cível de Caxias do Sul, afirma que uma decisão sobre o plano de recuperação judicial da Guerra é esperada em 30 dias na primeira instância. De acordo com o informado ao Pioneiro, os trabalhadores solicitaram à magistrada que libere um recurso depositado em juízo para pagar os atrasados dos funcionários, da mesma forma que ocorreu com a empresa que presta os serviços de segurança para a Guerra.
A assessoria explica, porém, que o valor depositado se refere a contratos que a empresa possuía com o Banco do Brasil e o Banrisul e devem voltar às instituições depois da decisão final. A juíza havia decidido que R$ 580 mil seriam repassados para o pagamento da empresa de segurança que atua na Guerra, para evitar a possibilidade de saque ou depredação do local caso o serviço seja interrompido. No entanto, a decisão foi revertida no Tribunal de Justiça (TJ) do RS após pedido do Banco do Brasil.