A aposentada Janete Barp, 62 anos, já sentiu o "peso" do reajuste dos medicamentos em vigor desde o início do mês de abril. Ela compra seis itens por mês, utilizados diariamente por ela e seu marido. E garante:
– O remédio para pressão custava cerca de R$ 230. Hoje, paguei R$ 280 –reclamou na tarde de quarta-feira, quando saia da farmácia com várias caixas de medicamentos em mãos.
Outros itens como corega (fixador de dentadura) passou de R$ 50 para R$ 80. Pelo ciprofibrato (utilizado no tratamento do colesterol elevado), Janete pagou R$ 30. Na compra anterior, feita no início de março, o valor teria ficado em R$ 20.
Se os valores da aposentada estiveram corretos, os índices de reajuste foram bem acima do autorizado pelo Ministério da Saúde, que foi de até 4,76%. Segundo o Ministério, os consumidores teriam o menor aumento médio dos últimos dez anos. Não é o que se verifica nas farmácias, embora algumas garantam que ainda não repassaram o aumento e que vão segurar até o dia 15 (amanhã).
Os remédios que pertencem ao Programa de Benefícios de Medicamentos (PBM), por exemplo, estão com reajuste acima do divulgado. As farmácias não têm controle sobre os valores, pois o sistema já apresenta o produto com o desconto autorizado pelo laboratório.
No caso do antidepressivo Brintilexx, do laboratório Lundebeck Brasil, o aumento foi de 10,5%. Os medicamentos incluídos no programa têm desconto direto do laboratório, desde que o consumidor realize um cadastro.
A farmacêutica da Remex, Raquel Verona, explica que nesse caso, os laboratório aplicam o aumento autorizado pelo governo, mas reduzem o percentual de desconto.
– Com isso, o cliente acaba pagando mais caro – destaca.
A dica é encaminhar a reclamação ao laboratório ou ao Procon.
Saúde
Em Caxias, vários remédios foram reajustados acima do índice determinado pelo governo
Antidepressivos e medicamentos para controlar a pressão e o colesterol tiveram cerca de 10% de aumento
Ivanete Marzzaro
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