Propagar boas ideias e apresentar novos conceitos que contribuam com o desenvolvimento da região é o propósito do Avanti Serra, um projeto do Grupo RBS, com parceria da ANC Urbanizadora e Universidade de Caxias do Sul, lançado em abril, que chega à quarta etapa.
No dia 1° de agosto, às 19h, no auditório CIC Caxias, acontece o próximo ciclo, com os palestrantes Dalton Schmitt Júnior, sócio e diretor-executivo da CRP Companhia de Participações, Maurício Benvenutti, um dos criadores da StartSe, maior plataforma do Brasil para conectar empreendedores, e Pedro Sirotsky Melzer (ver entrevista abaixo), managing director da E.bricks Ventures, que abordarão o tema Fundos e Estratégias de Investimentos.
Até novembro, estão programadas outras duas palestras envolvendo assuntos como empreendedorismo, tecnologia e inovação. Além disso, o projeto conta também a com agenda positiva e grupos de trabalho que discutem o futuro da Serra Gaúcha. Atualmente há três grupos de trabalho em andamento com as temáticas educação, startups e turismo.
Os grupos se reúnem a cada 20 dias para trocar experiências, definir estratégias e desenvolver novos projetos. Qualquer pessoa pode participar das atividades e, inclusive, sugerir novos grupos de trabalho. Basta realizar a inscrição pelo avantiserra.com.br ou pela fanpage do projeto: facebook.com/avantiserra
‘Já é possível ver indícios de uma pequena recuperação’
Como definir de forma simples o que é Venture Capital? Pedro Sirotsky Melzer: Venture Capital é o investimento de capital de risco em diferentes fases de uma empresa com alto potencial de crescimento.Quais competências são necessárias para atuar neste mercado? É fundamental ter uma equipe com capacitações de investimentos, visão estratégica, experiência operacional, governança e expertise das respectivas indústrias de investimento.
Como é a atuação da e.brick Ventures atualmente? A e.Bricks Ventures foca em empresas com modelos de negócios que tem a tecnologia como mecanismo de gerar ganhos de eficiência na cadeia de valor do mercado de atuação. Investimos em estágio inicial, porém em empresas que já estão operacionais. Investimos de R$ 1 milhão a R$ 20 milhões, dependendo do estágio da empresa e também participamos de múltiplas rodadas de investimentos em empresas que demonstram alto desempenho.
Como está o mercado de e-commerce no país? Esta é uma ferramenta importante para se destacar? Hoje, no Brasil, menos de 3% do varejo está online, contra mais de 8% nos Estados Unidos, o que nos mostra que temos muito espaço para crescer no Brasil. O número absoluto do que o e-commerce movimenta no país, está próximo de R$ 42 bilhões ao ano. O e-commerce passa por oferta de produtos em que o principal atributo é a comparação de preço. Deve sofrer muito ainda no Brasil, pois o custo de aquisição de usuários se torna muito elevado. No entanto, o e-commerces de verticais específicas, muitas vezes tem outros atributos que podem se tornar muito mais interessantes.
Tendo em vista os cenários político e econômico do país, é o momento para novos investimentos? Sem dúvida é preciso ter cautela quando se fala em investimento em ativos de alto risco, especialmente em momentos frágeis da economia. No entanto, muitas vezes, assim como no caso da e.Bricks Ventures, a tese de investimento é justamente, a partir da tecnologia, gerar mais valor em mercados tradicionais, e isto se torna mais favorável em um momento de crise macro.
De que forma inovar e se destacar em períodos difíceis? O Brasil é um país muito grande e ainda com muitas ineficiências por qualquer ângulo que se olhe. Investir em empresas que têm como propósito entregar ganhos de eficiência e trazer inovação real em uma determinada cadeia de valor ou no comportamento das pessoas, é muito inteligente e animador.
Há perspectiva de melhora na economia? Ainda que muito preliminar, já é possível ver indícios de uma pequena recuperação em alguns mercados. Ainda que o PIB deva ser negativo, os números deste ano já devem ser melhores do que os do ano passado. Com uma equipe econômica mais forte, e algumas sinalizações de recuperação, o capital de fora volta a olhar para o Brasil e assim a economia deve responder como um todo. Ainda devemos ver empresas não capitalizadas sofrerem uma real crise de crédito e logo, muitas noticias ruins, corroborando para uma taxa de desemprego assustadora em 2017. Como um gestor de venture capital, tenho uma visão de longo prazo e acredito muito nas oportunidades que o Brasil oferece e quero aproveitar os talentos do Brasil independente da situação macro do país.
A Serra Gaúcha é considerada berço de empresas promissoras? Por quê? A Serra tem uma mão de obra extremamente qualificada e com custos muito competitivos. Acredito que a veia empreendedora do gaúcho, carregada por resiliência, aptidão técnica, e espírito colaborativo, faz desta região, um lugar muito promissor para o empreendedorismo brasileiro.