Para alguns milhares de caxienses, o roteiro do fim de semana chuvoso incluiu uma visita aos pavilhões da Festa da Uva, onde ocorreu entre sábado e domingo o 12º Feirão Caixa da Casa Própria, oportunidade em que empresas do ramo imobiliário expõem suas melhores ofertas para fisgar o público que circula por estandes dispostos lado a lado. Um publico em aparente maioria formado por jovens casais carregando o filho no colo ou no carrinho, à procura do primeiro apartamento para abrigar a família recém-formada.
Representantes desse perfil, o casal Eduardo e Paula Adler, 21 e 31 anos respectivamente, dedicaram a tarde de domingo para procurar um apartamento para morar com o filho Lucas, de 4 meses. Casados há dois anos, eles vivem de aluguel no bairro Parque Oásis.
– A gente veio dar uma estudada em algum as propostas e achamos algumas condizentes com a nossa renda, desde que a gente esteja disposto a se apertar um pouco. Há um tempo atrás mudamos para uma casa menor e com aluguel mais barato, justamente para que pudesse sobrar um dinheiro pra investir num imóvel nosso – conta Eduardo, que trabalha com manutenção de elevadores, enquanto Paula é atendente de caixa.
Além de famílias recém-constituídas, outro perfil recorrente – não apenas pela observação, mas verificado pela organização do evento – são casais já têm imóvel próprio e buscam adquirir outro para complementar o orçamento com a renda proveniente do aluguel. É o caso do cabelereiro Saule Pezzi, 56, e da esposa Marli Pezzi, 51, depiladora. Ambos veem a aposentadoria no horizonte e sabem que não é tarefa fácil viver com o benefício. Como o casal já vive um apartamento próprio no bairro Cidade Nova, o plano é adquirir um imóvel mais central para morar e local aquele onde vivem hoje.
– Ela trabalha no Planalto, eu trabalho no Centro, e queremos fugir um pouco do trânsito. Eu já sou aposentado, ela vai se aposentar em breve e já tem um aluguel dela. A a gente sabe que no Brasil as aposentadorias são pequenas, então cada um com um aluguel dá para viver melhor – explica Saule.
Embora tenham ido embora com algumas propostas para analisar, nenhum negócio ficou encaminhado para Saule e Marli. Mas o casal saiu satisfeito principalmente pela praticidade permitida pelo evento.
– O Feirão é bom porque centraliza tudo, bem melhor do que estar indo aqui e ali nas imobiliárias. E como a gente trabalha fora o dia todo, ter a oportunidade de vir aqui no domingo facilita também – comenta Marli.
Clientes direcionados otimizam o tempo
Com 6,2 mil visitantes, o público do 12º Feirão ficou abaixo de edições anteriores do evento. Contudo, expositores garantem que há um certo lado positivo com a movimentação menor nos pavilhões. Em um fim de semana de frio, chuva e neblina, em um cenário já prejudicado pela crise econômica, quem se dispõe a sair de casa é porque tem bastante claro aquilo que procura.
– De manhã vem pouca gente, a gente fica mais tomando chimarrão e falando bobagem mesmo. O movimento aumenta um pouco à tarde, mas ainda é abaixo do que esperávamos. Só não acho que seja um problema, porque quem vem é porque está realmente interessado, às vezes já vem até com a documentação encaminhada. Evita bastante perda de tempo que a gente tem quando há muita gente pra atender – comenta o expositor Antonio Winck, sócio de uma imobiliária.
Para Alexandre Susin, diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil Caxias Sul (Sinduscon), entidade parceira da Caixa na organização do Feirão na cidade, diante da incógnita sobre como o mercado responderia às expectativas do sindicato, o retorno foi positivo.
Dentro do que tínhamos projetado, foi um volume de público até superior. Um público bem maduro na questão da aquisição e que vem preparado, sabendo o produto que está querendo e trazendo a documentação. Quem tem o perfil de produto que o cliente está comprando, fez valer – avalia.
A prospecção de negócios do Feirão, divulgada no início da noite de ontem, após o término do evento, é de R$ 145 milhões.