O secretário da Agricultura e Abastecimento de Caxias do Sul, Nestor Pistorello, garante que alternativas para o armazenamento das frutas para a Festa da Uva 2012 já estão sendo buscadas com o fim das atividades da unidade local da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa). Essa era uma das poucas finalidades do prédio da Cesa nos últimos anos, conforme a única funcionária que permanece na unidade.
A companhia negocia com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) a entrega da estrutura de mais de 8 mil m² em abatimento às dívidas que chegam a R$ 178 milhões.
Conforme Pistorello, os altos custos e as dificuldades logísticas fizeram com que a maioria dos produtores investissem na construção de câmaras frias próprias. A estimativa é que existam 65 delas em Caxias. Juracy Turella, da localidade de Caravaggio da 6ª légua, é um dos que optou em construir a própria câmara, há 12 anos. Deu tão certo que ele já trabalha na obra de uma outra estrutura. Ele conta que nunca utilizou os armazéns da Cesa porque o preço era mais alto do que alugar de proprietários particulares.
- Se fosse hoje, que pagamos R$ 9 a cada 18 caixas de maçãs estocadas, na Cesa custaria R$ 13 ou R$ 14 - compara.
Como a câmara própria não tem capacidade para guardar a quantidade que o produtor gostaria, ele ainda aluga de terceiros espaço para armazenar as maçãs e os pêssegos que cultiva em 30 hectares. Ele conta que vale a pena investir na própria estrutura de armazenagem a frio.
- O custo com aluguel cai em 50% e logo você recupera o investimento. Tenho colegas que colocavam a produção na Cesa porque não tinham opção, mas para mim o fechamento não impactou em nada.
Conforme o presidente da Cesa, Jeronimo Oliveira Junior, por vários anos não houve interesse de clientes em depositar produtos na unidade local com volumes de armazenamento suficientes para cobrir as despesas. Criada em 1981, a unidade da Cesa em Caxias do Sul tinha a missão de receber produtos para resfriamento, congelamento, pesagem, beneficiamento e padronização. Nos últimos anos, os principais clientes eram empresas do setor alimentício que estocavam produtos de origem animal.
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