O aumento de 7,7% dos aposentados que recebem mais de um salário mínimo, sancionado nesta terça-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não causará colapso nas contas públicas porque o maior poder aquisitivo da categoria ajuda a aumentar a arrecadação e a aquecer o mercado interno, avaliou o professor e economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), José Cezar Castanhar.
Para ele, a medida representa o processo de recuperação de um direito das pessoas que contribuíram para se aposentar e viram o valor das aposentadorias se deteriorar ao longo do tempo. Castanhar destacou que o aumento concedido nos últimos anos ao salário mínimo fortaleceu a economia e ampliou o mercado interno, elevando a arrecadação pública como consequência.
- Se é gasto por um lado, por outro, é renda - analisou.
O economista avaliou que, no entanto, o aumento deveria ter sido concedido de uma maneira mais planejada.
- Não que essa correção fosse feita em um período em que os interesses são claramente eleitorais, mas pensar no que realmente importa, que é a situação real dos aposentados, o impacto nas contas públicas.
Apesar disso, Castanhar acredita que as contas públicas continuarão equilibradas.
- Medidas como essa acabam colocando mais combustível no mercado interno, o que pode contribuir para manter o ritmo de crescimento.
O economista alertou que é necessário, com a manutenção do aumento, ter uma organização por parte do governo nos gastos públicos.
- Para ter um equilíbrio maior entre investimentos e gastos correntes.
Economia
Aumento dos aposentados não causará colapso nas contas públicas, diz economista da FGV
"Se é gasto por um lado, por outro, é renda", avalia José Cezar Castanhar
GZH faz parte do The Trust Project