O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que "só é possível melhorar a vida do povo se tiver compatibilidade entre a necessidade do reajuste e a receita que nós temos". A frase se refere à decisão de terça-feira da Câmara dos Deputados, que aprovou reajuste de 7,7% para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo, contrariando a orientação do próprio governo, que defendia um percentual menor. Lula não disse se irá vetar o reajuste. Afirmou que só tomará uma decisão quando o assunto for finalizado no Congresso Nacional.
- Com tranquilidade vou conversar com o ministro da Fazenda, mas só depois que o Senado tomar a decisão final. Não sei se o Senado toma a decisão, se volta para a Câmara, portanto, a hora é de aguardar o Congresso cumprir sua parte - disse a jornalistas após participar de uma cerimônia no Palácio do Itamaraty.
O governo enviou ao Congresso uma proposta de reajuste de 6,14%, chegou a sinalizar que concordaria com 7%, porém, a Câmara aprovou o aumento de 7,7% com apoio da maioria dos deputados da própria base aliada do governo. Questionado se a aprovação do índice maior poderia se tratar de oportunismo político em função do ano eleitoral, Lula respondeu que, nesse período, o apreço pelos aposentados aumenta de forma "extraordinária".
-Todo mundo tem apreço pelos aposentados e no ano eleitoral aumenta o apreço de forma extraordinária. Não acredito que tenha dentro do território brasileiro alguém que tenha mais compromisso com os trabalhadores brasileiros do que eu - disse.
O presidente afirmou ainda que, no atual momento econômico favorável que o Brasil vive, não se pode fazer "qualquer espécie de loucura em qualquer área" que possa atrapalhar o desenvolvimento do país.
- Não podemos permitir que qualquer coisa, seja a previdência, seja a política de juros, a inflação, venha causar qualquer impossibilidade de o Brasil continuar nesse momento excepcional que está vivendo - disse o presidente.
O presidente negou, no entanto, estar se referindo a decisão dos deputados ao usar a palavra loucura.
- É o percentual que a Câmara entendeu que era o corrento, então, não posso considerar loucura. Posso entender que os deputados tem tanta vontade de acertar, de fazer as coisas boas para o país como eu. É uma questão de visão econômica que vamos ou consertar ou manter do jeito que está depois que for aprovado no Senado - finalizou.
Economia
Lula vai aguardar o fim das votações no Congresso para decidir se veta reajuste dos aposentados
Apreço pelos aposentados cresce de forma "extraordinária" no período eleitoral, diz presidente
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