A partir desta quinta, até o dia 9 de junho, o Centro de Cultura Ordovás convida seus visitantes a uma viagem pelos 20 anos do Acervo Municipal de Artes Plásticas, o Amarp. Indo além, também será possível conferir, como um braço da exposição temática que contempla a composição do acervo, uma mostra que recria a antiga Pinacoteca Aldo Locatelli, de 1975, entidade que deu origem ao Amarp.
Composto atualmente por mais de 1,3 mil obras de 714 artistas, recebidas através de contrapartida pelos que utilizam as galerias públicas de Caxias do Sul para suas exposições, e também por instituições parceiras de todo o Brasil, o Amarp passou a ter, desde o início de maio, sua coleção digitalizada e disponível pelo site http://artesvisuais.caxias.rs.gov.br/. Durante o período da exposição, os visitantes poderão conferir um vídeo projetado na Galeria de Artes, em que são exibidas todas as obras que formam o acervo.
- Durante esses últimos anos a Unidade de Artes Visuais tem trabalhado muito com a arte-educação, bem como a acessibilidade junto ao acervo. Digitalizar e tornar público este acervo é um passo importante neste sentido de dar acesso cada vez mais democrático à arte _ destaca a coordenadora da UAV, Mona Carvalho.
Para ampliar a noção da importância do Amarp e de acervos de preservação de memória em geral, o artista de Carlos Barbosa Marcelo Armani, radicado na Região Metropolitana, doou no ano passado uma das obras da sua exposição Ruidógrafo. As obras unem música e artes plásticas ao produzir telas a partir da vibração de ondas sonoras, captadas por canetas ou pincéis. Na enchente que atingiu o Rio Grande do Sul, Armani teve seu atelier inundado e perdeu tudo, além de ter de deixar o apartamento onde mora. A obra que reside em Caxias virou a única memória material daquele trabalho cujo estudo demandou anos de dedicação.
- Um dos fatores importantes de se ter um acervo de arte é que, de certa forma, ele conecta as reflexões de um pensamento crítico e a evolução tecnológica de um momento social na linha do tempo da história da arte. Particularmente neste momento, com a situação envolvendo a enchente, meu laço com o Amarp se torna ainda mais forte. Vou revisitar esse acervo como um relicário, sendo um espaço que salvou parte importante da minha pesquisa, permitindo o acesso público a este trabalho - conta.
A coordenadora dos cursos de Artes da UCS, Silvana Boone, destaca a importância do acervo também para a formação acadêmica, graças à parceria muito afinada entre a universidade e o Amarp:
- Além de manter viva a história da arte local, a relação do Amarp com os cursos de Artes Visuais da UCS é intrínseca, pois as obras que estão ali preservadas vêm, numa grande parte, dos artistas e professores que passaram por esses cursos e que ainda hoje fomentam a produção da cidade e região. O Amarp é também um laboratório vivo para os estudantes de artes, pois é um acervo disponível para realizar processos educativos-experimentais na disciplina de Curadoria, ativando o contato com as obras diretamente e conhecendo in loco como é um espaço de preservação e conservação de obras de arte e a prática expositiva que pode resultar na sequência.
Devido à condição climática enfrentada pelo Estado, não haverá evento de abertura, como é comum sempre que uma exposição entra em cartaz. A visitação, no entanto, ocorre normalmente.
AMARP EM NÚMEROS
Total de obras: 1.357
714 artistas tem obras no AMARP
9 coletivos tem obras no AMARP
361 artistas homens, 51,94 %.
334 artistas mulheres, 48,05 %
18 artistas negros, pardos e afrodescendentes.67 artistas estrangeiros de 27 países com obras de todos os continentes.
PROGRAME-SE
O quê: "Exposição Comemorativa: AMARP 20 ANOS" e "Pinacoteca 1975: A origem do Acervo Municipal de Artes Plásticas"
Quando: desta sexta até 9 de junho. Visitação Presencial: segundas, das 9h às 16h; terças a sextas, das 9h às 22h; sábados, domingos e feriados, das 14h às 22h.
Onde: Centro Municipal de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho
Visitação Online: https://artesvisuais.caxias.rs.gov.br/
Onde: Centro de Cultura Ordovás, em Caxias do Sul
Quanto: visitação gratuita