- Sepultura é Sepultura.
Os fãs que nesta quinta-feira irão conferir o show da maior banda brasileira de metal em Porto Alegre, no Auditório Araújo Vianna, sabem que a afirmação do florense Jean Gelain, de 45 anos, é carregada de significados.
Isso porque, ao longo das quatro décadas em atividade, o Sepultura passou por diversas e profundas transformações, que mantém atualmente o guitarrista Andreas Kisser e o baixista Paulo Jr. como remanescentes da formação original. saíram, por exemplo, os irmãos Iggor e Max Cavalera, baterista e vocalista, respectivamente. Às vésperas desta que é anunciada como turnê de despedida da banda, intitulada Celebrating Life Through Death, o baterista Eloy Casagrande, que integrava o quarteto desde 2011, anunciou sua saída e foi substituído por Greyson Nekrutman, norte-americano de apenas 22 anos.
- Eu assisti um show com a formação original, numa noite que ainda teve Raimundos e Ramones, no Gigantinho (em 1994), depois mais dois shows já com o Derrick Green e o Eloy, um em Bento e outro em Porto Alegre, e todos foram muito bons. Os caras estão na estrada há muito tempo, souberam se reinventar, e são muito profissionais. Se eles chamam um músico pra tocar junto, é porque o cara dá conta - comenta Jean.
Neste quarto encontro com a banda preferida, Jean terá pela primeira vez a companhia do filho Emanuel, de 15 anos. Pai e filho estarão na excursão da agência caxiense Rupestre, que irá levar dois ônibus de fãs para o show na Capital.
- O Sepultura foi uma das bandas que fizeram eu gostar de metal, junto com Iron Maiden e Pantera. Conheci na adolescência, através de uma revista que vi na casa de um amigo e passei a acompanhar. Hoje, como pai, até tentei apresentar estas bandas para o Emanuel, mas ele só passou a gostar mais recentemente, quando conheceu esse tipo de som nos jogos de videogame. Poder levar ele ao show comigo vai ser muito especial - conta o florense, que toca guitarra, enquanto o filho está aprendendo a tocar bateria.
Também de Flores da Cunha, as irmãs Larissa e Caroline Cavagnoli, de 29 e 32 anos, irão conferir pela terceira vez o show do Sepultura. Já assistiram a banda em show no Bar Opinião e num festival em São Paulo, em 2022. Nesta última vez, ainda deram a sorte de, no dia seguinte, ao ir almoçar em um famoso restaurante vegetariano que queriam conhecer, encontrar por lá o vocalista Derrick Green.
- É até difícil acreditar que isso aconteceu. A gente assistiu ao show e, no dia seguinte, queríamos conhecer esse restaurante que a gente já seguia nas redes sociais. Por coincidência o Derrick estava lá também e conseguimos tirar uma foto junto com ele - conta Larissa.
Antes do show na capital paulista, as irmãs assistiram ao Sepultura também em Porto Alegre, em 2017, no Opinião. Caroline comenta que Larissa e ela ficaram um pouco tristes com o anúncio do fim da banda, mas esta é uma das razões que as deixam ainda mais ansiosas para a noite desta quinta-feira:
- A notícia nos pegou de surpresa, mas sabemos que uma banda que tem um legado como o do Sepultura vai viver para sempre no coração dos fãs. Amanhã (hoje) queremos aproveitar ainda mais cada segundo.