A trilha sonora desta sexta-feira (15) à noite será de pop-rock, em alto e bom som, em Caxias do Sul. Afinal, a banda Capital Inicial se apresenta por aqui, no Ginásio do Sesi, a partir das 23h. Nesse show da turnê Capital Inicial 4.0, Dinho Ouro Preto, Yves Passarell, Fê Lemos e Flávio Lemos prometem tocar um repertório recheado de sucessos como Depois da Meia-Noite, À Sua Maneira, Independência e Natasha.
Os ingressos ainda estão à venda pelo site Minha Entrada. Os valores partem de R$ 70 (+taxas) para o setor Arena e R$ 120 (+taxas) para o Vip. Há opções de Backstage Open Bar a R$ 253 (+taxas) e mesas, a partir de R$ 1,1 mil (+taxas) para a categoria Silver. A promoção é da Rádio Atlântida Serra.
Em entrevista ao jornal Pioneiro e GZH, o vocalista Dinho Ouro Preto relembrou de momentos especiais do Capital Inicial em turnês pelo Rio Grande do Sul e pela Serra, compartilhou de memórias e sonhos de quando ainda a banda se formava, lá em Brasília, nos anos 1980, e falou do novo cenário da música no Brasil. Confira a entrevista:
Pioneiro: A turnê de 40 anos do Capital Inicial começou em Porto Alegre, em 1º de outubro de 2022. Então, qual a importância do público gaúcho na trajetória da banda?
Dinho Ouro Preto: Porto Alegre foi a primeira cidade a tocar uma música do Capital. Eu tô falando de 40 anos atrás... A gente não tinha um álbum ainda. E o primeiro lugar que a gente vem é Porto Alegre. E é também a primeira vez que a gente vê uma plateia cantando as nossas músicas! De lá pra cá foram inúmeros shows, inúmeras edições do Planeta Atlântida e várias passadas pelo interior.
E nessas passagens pelo interior conta pra gente alguma lembrança de vocês pela Serra gaúcha.
Tivemos várias passadas por Caxias. Eu lembro quando, em 2016, a gente fez um acústico que gravamos em Nova Iorque e o primeiro show foi em Caxias, na Festa da Uva. Tinha umas 30 mil pessoas. Era coisa absurda! Era um galpão enorme, com gente a perder de vista. E esse foi o primeiro show. A gente ficou tão espantado com aquilo que achamos que era um bom sinal para o que estava por vir. E a turnê foi muito bem, de fato, e começamos com o pé direito em Caxias. Do mesmo modo que a gente, mais uma vez, começou com o pé direito com essa turnê de 40 anos em Porto Alegre! Eu não sei explicar bem o porquê, mas a nossa música vai muito bem no sul de modo geral.
Nesse tempo todo de carreira, o que vocês aprenderam? O que que mudou?
Eu me surpreendo com tudo, com a nossa história. É super surpreendente, porque se você pensar tudo começou em Brasília, e embora seja Capital do Brasil, nós estávamos muito longe dos centros culturais e naquele momento que o rock era circunscrito a um pequeno grupo de pessoas, não tinha shows. É claro que nossa geração não inventou o rock brasileiro, mas mesmo assim, nós não víamos a possibilidade que aquilo virasse uma carreira. Ainda mais o rock que nós fazíamos, que era uma coisa um pouco mais visceral. A gente achava que aquilo era uma coisa meio inviável e tudo bem, porque não havia nenhum plano de fazer daquilo uma carreira. Não havia nenhum planejamento, nenhum cálculo... Talvez explique, também, o motivo de ter dado certo, essa espontaneidade, o quanto era genuíno. Na medida em que as coisas iam acontecendo, eu lembro de uma sensação perene de que aquilo, em breve, evaporaria. Eu senti durante muitos anos, sabe? Eu olhava pro meu futuro e pensava: "quando eu tiver 40 anos, provavelmente, vou estar fazendo outra coisa". No entanto, os anos vão passando e a música encontra ressonância com diferentes gerações.
Vocês têm ideia de quem é o público atual da banda?
As redes sociais são instrumento, também, para você entender quem te segue, você vê de onde elas são, de que cidade, que idade elas têm... E a gente vê o alcance do Capital, como é uma coisa nacional, ele alcança todas as idades. O principal grupo que ouve o Capital tem entre 25 e 35 anos, porém tem gente mais jovem e gente mais velha também. Tem também o êxodo brasileiro pelo mundo, então a gente acaba fazendo turnês fora do Brasil. Essas pessoas que estão morando fora do Brasil também casaram com gringos e essas pessoas acabam indo nos shows e ouvindo.
Com a popularidade do sertanejo, funk e pagode, qual é a fórmula que vocês usam para continuar fazendo sucesso tocando rock?
Eu tenho a impressão que o Brasil funcionava quase como uma espécie de ditadura cultural, porque todos eram meio conduzidos a ouvir a mesma coisa. E eu digo isso de uma geração que se beneficiou, em determinado momento. Houve um momento, nos anos 1980 e 1990, em que os meios de comunicação eram praticamente monopolizados pelo rock. Eu imagino que, quando isso aconteceu, devia sufocar todo mundo que fazia outra coisa. No Brasil, um país dessas dimensões culturais e continentais, com centenas de milhões de habitantes, você tem que respeitar a individualidade das pessoas. Tem que ter espaço para todos: do hip hop ao funk, da música sertaneja ao rock.
Podes contar um pouco da experiência audiovisual que o público que for ao show vai poder ver?
É um pouco de cada uma das décadas. O legal desse show é que a gente procurou grandes artistas pra botar o show de pé. Então, por exemplo, a produção musical foi feita pelo Dudu Marote, que fez já o Skank, Jota Quest, Emicida... Um monte de artistas premiados e consagrados. A parte visual é feita pelo Batman Zavareze, que fez Marisa Monte e Tribalistas, fez também Titãs. É um cara acostumado a fazer grandes eventos. O conteúdo do telão e a direção de arte toda é dele. As luzes são feitas pelo Césio Lima, que faz o Rock in Rio, então a parte visual do show é tão arrebatadora quanto a música. Você vai lá porque é uma experiência audiovisual. Eu sempre gostei disso, desde quando era menino. Queríamos que os aspectos visuais fossem uma coisa que pudesse viajar pelo Brasil e que fosse um elemento importante do show. A gente sempre procurou bolar show que coubessem dentro de caminhões, que a gente pudesse transportar para qualquer cidade do Brasil. É um dos shows mais legais que o Capital Inicial colocou de pé e tá indo muito bem!
Programe-se
- O quê: Show Capital Inicial 4.0 com Promoção da Rádio Atlântida Serra;
- Quando: 15 de março, sexta-feira, às 23h. Abertura da casa às 20h;
- Onde: Ginásio do Sesi (R. Ciro de Lavra Pinto, 818 - bairro Interlagos - Caxias do Sul);
- Quanto: Ingressos à partir de R$ 60 (+taxas), à venda pelo site Minha Entrada.