Do palco para o gabinete. Esta será a mudança na vida da atriz e produtora cultural Aline Zilli, 35 anos, anunciada nesta terça-feira como secretária de Cultura do governo de Adiló Didomenico (PSDB). Aline, que atualmente preside o Conselho Municipal de Política Cultural, aceitou o convite para comandar a pasta em um ano que se anuncia difícil, com orçamento reduzido em um terço em relação a 2020, e no qual o desafio será devolver à classe cultural o protagonismo . Logo após o anúncio do secretariado caxiense, Aline conversou com o Pioneiro. Confira:
Como foi a primeira repercussão após o anúncio do teu nome para ocupar a secretaria de Cultura?
Foi muito melhor do que eu esperava. Já recebi mais de 300 mensagens no WhatsApp. É um reconhecimento pelo trabalho que já estava acontecendo. Eu não mudo de lado na mesa, mas, sim, coloco todo mundo na mesa. Me sinto muito acolhida e noto que as pessoas estão se sentindo representadas.
Como foram as conversas iniciais com o prefeito, Adiló Didomenico, e com a vice, Paula Ioris?
O que eles querem é tentar unir as pessoas pela classe, para que todos se sintam representados e que haja diálogo e entendimento não só na cultura, mas em todo o secretariado. E que as secretarias possam trabalhar interligadas, para que não sejam ilhas. Outra coisa que eles falaram é que a verba da pasta para 2021 está bem menor, o orçamento caiu de R$ 15 milhões para R$ 10 milhões, e isso exigirá um pouco de paciência e jogo de cintura. Será um ano bastante difícil, de um começo de trabalho para todos, mas vamos tentar trazer investimento de fora, fazer parcerias e buscar otimizar os recursos que temos. Ao mesmo tempo, a Paula e o Adiló me passaram toda a confiança de que irei poder formar uma equipe, encontrar os perfis que possam trabalhar para cooperar e, se for o caso, recompor coisas.
Uma grande luta dos últimos anos foi reverter o corte de recursos do Financiarte. Qual será o futuro próximo deste programa?
Neste primeiro ano vamos estar atrelados ao orçamento aprovado pela LOA (Lei Orçamentária Anual, votada no ano anterior), então não vamos ter tanto o que fazer. Num próximo momento, o trabalho dentro da secretaria será o de resgatar possibilidades, procurar verbas e encontrar saídas. Não só para o Financiarte, mas outras demandas que estão paradas por falta de recursos ou de pessoal. O primeiro ano vai ser de tentar organizar a casa, otimizar o que se tem e alinhar um crescimento para depois.
Qual tu consideras o maior desafio do cargo?
São muitos, mas talvez o principal seja manter a classe unida no diálogo, para que a gente possa fazer uma secretaria que tente atender às demandas que vêm da comunidade, e não tentar impor a sua vontade. É como penso a gestão pública, e é o que eu sempre batalhei como membro do Conselho. É claro que tenho muitas esperanças e sonhos, e sei que do outro lado há burocracias e morosidades. Mas acho que dá para avançar e conquistar aos poucos. Pelo que já senti nas primeiras reuniões, acho que seremos muito bem acolhidos por todo o secretariado, que nos dará um olhar muito humano.
E como ficará a tua atuação com o Grupo Ueba, será possível conciliar?
A dedicação à secretaria vai exigir muita dedicação, por isso a Ueba continua com o Jonas. Saio um pouco dos holofotes, de algumas práticas que são incompatíveis com a gestão pública, mas obviamente minha vida é interligada com a Ueba. Onde eu puder estar junto, contribuindo voluntariamente, vou estar. Estou me retirando da sociedade, mas o grupo vai continuar firme e forte com todo o seu repertório, isso já está claro para os contratantes, porque temos uma equipe que precisa ter sua renda garantida e temos um espaço para manter.