O Espaço Coletivo das Artes (Ecoa), que vem movimentando a cena artística e cultural de Garibaldi desde sua inauguração, em março de 2019, realizará um evento virtual inédito para o município nesta terça-feira (30). Encerrando o Mês do Orgulho LGBT+, o espaço pretende reunir cinco artistas da região para a "Live do Orgulho", que terá como tema central a diversidade de gênero. O evento será transmitido pelo Instagram, a partir das 20h.
De acordo com Manuela Guerra, diretora do Ecoa, o encontro tem a intenção de promover a representatividade dentro do mundo das artes.
— A pessoa LGBT+ se ver representada por um artista é muito importante para se afirmar enquanto cidadã. Numa cidade pequena, cheia de tabus, é ainda mais difícil ter representatividade. Entendemos que este é o momento de acolher, dar voz e visibilidade a estes artistas. Estamos orgulhosos em promover o primeiro evento LGBT+ da cidade, mesmo que virtual — comenta Manuela.
Os convidados são: a multi instrumentista Paloma Trevisan, o escritor Rodrigo De Marco e o designer Bruno César Soares, todos moradores de Bento Gonçalves. A roda também será composta pela performista AJeff Ghenes, de Veranópolis, e pelo cantor e compositor Angel, de Garibaldi. O evento terá participação especial da ativista Cleo Araújo, de Caxias do Sul, que preside o Conselho Estadual de Políticas LGBT do Rio Grande do Sul e a ONG Construindo Igualdade.
Na live, os artistas — que identificam-se como membros da comunidade LGBT+ — compartilharão suas experiências pessoais, apresentando, também, sua arte. A conversa será mediada por Guilherme Carniell, que é ator e professor de teatro no Ecoa. Por experiência própria, ele diz acreditar na arte como um dos caminhos que salvam as pessoas LGBT+.
— Foi a partir da vivência com o teatro que me assumi, pra mim mesmo, como um homem gay. A arte me mostrou que o que eu sentia não era errado. Foi no teatro que encontrei apoio, estímulo e potência que me tornaram na pessoa que eu sou hoje. Além disso, é essencial que a comunidade perceba que existimos, e que aquela pessoa, que se sente sozinha por ser “diferente”, possa perceber que há tantas outras como ela. A Live do Orgulho é um manifesto de amor, apoio e resistência — afirma o professor.
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