O termômetro digital na esquina das ruas John Kennedy e Borges de Medeiros registravam 35ºC às 15h deste domingo, quando teve início o primeiro desfile da 14ª Festa Nacional da Vindima, a Fenavindima, em Flores da Cunha. O forte calor, contudo, não impediu milhares de florenses de acompanharem o festivo cortejo ao longo da Rua Borges de Medeiros. Com as calçadas lotadas de pessoas em suas cadeiras de praia, equipadas de chapéus, sombrinhas e ventarolas para minimizar o efeito da alta temperatura, o clima foi de descontração para celebrar a safra da uva.
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Até a passagem do último carro alegórico, que transportava a rainha Fernanda Molon Andreazza e as princesas Júlia Brandalise Dondé e Sabrina Variani, outros treze carros elaborados por diferentes comunidades do interior fizeram do desfile uma festa tão animada quanto bonita. Temáticos, os veículos abordaram diferentes aspectos da imigração italiana e da vitivinicultura, além da religiosidade e da cultura, expressada por jogos, danças e músicas típicas _ estas executadas pela histórica Banda Santa Cecília, de Nova Pádua, a banda mais antiga em atividade do RS (fundada em 1913). Uma bonita integração entre os moradores da cidade e das colônias, unidos pelo culto ao fruto mais típico da região, cujos cachos foram distribuídos em abundância.
_ É um momento em que as comunidades se unem em suas diversas gerações, das crianças aos idosos. A elaboração dos carros leva semanas e soma muitas horas de dedicação, por isso a gente aguarda o desfile com muita ansiedade. E essa alegria de participar a gente consegue passar para o público _ comenta Cleomir Bordin, 21, da comunidade São Vitor, cujo carro alegórico representa a tradição da pisa da uva.
A edição deste domingo marcou a primeira participação do bairro Aparecida no desfile, único que fica na zona urbana de Flores. Coube aos moradores representar no cortejo o ofício da ferraria, que permitia aos trabalhadores forjar suas ferramentas para o trabalho na roça. Com ferramentas emprestadas por ferreiros que mantêm a profissão viva no bairro, o grupo de cerca de 20 pessoas se uniu para conseguir as madeiras e os figurinos para a encenação.
_ Deu bastante trabalho, mas foi recompensador ver o carro pronto. Meu pai tinha uma ferraria e eu cresci num ambiente muito próximo com o que conseguimos retratar nesse carro. Meu filho é pequeno e não viveu isso, mas acho que o desfile ajuda a contar essa história para as gerações mais novas _ comenta a metalúrgica Vânia Forcelini, 43, debutante no desfile assim como a maioria dos figurantes do carro do bairro Aparecida.
Também se destacaram no desfile atores do grupo teatral Fulanos de Tal, interpretando personagens históricos como Frei Salvador Pinzetta, que distribuiu bençãos, e fictícios, como o monstrinho Sanguanel e o anti-herói Nanetto Pippeta, que convidou o público a interagir sem se esconder do calor.
_ O Nanetto é um personagem criado para mostrar um lado mais lúdico e divertido do colono, que muitas vezes é visto apenas como aquela pessoa que passou muito trabalho ao chegar da Itália. Quis dar à minha versão do personagem esse toque bem descontraído e engraçado, para cativar as pessoas _ comenta o ator Vinícius Forlin.
A Fenavindima segue até o dia 1º de março, com programações nas próximas sextas, sábados e domingo. No próximo domingo (23), o desfile será realizado às 10h. No domingo que encerra a programação (1º) voltará a ser realizado às 15h.
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